O Turismo que fiz em minha cidade.
O Turismo que fiz em minha cidade.
Certo dia, acordei com vontade de fazer um “Tur” por minha cidade (Porto Seguro). Peguei minha Halley Davdison (imitação), coloquei meu Ray Ban e saí. À saída tive vontade de desistir, pois caí num desses milhões de buracos que “enfeitam” nossas ruas. Mas, eu estava determinado em olhar minha cidade com olhos de lince e então segui em frente.
A minha primeira visão não foi nenhuma surpresa, a miséria também passeia pelas ruas, carregando muitas vezes o fruto da continuidade. Ao meu lado também vejo a riqueza; mansões construídas com simples salários. Digam-me, aprenderam o milagre da multiplicação e não me contaram? Continuei minha excursão por ruas cheias de pedintes e trabalhadores, mas cadê os ditos nativos? Ouço apenas falar nesses que eram os verdadeiros donos da terra, mas eles esqueceram que aventureiros andam a solta. Conclusão, perderam a cidade!
Minha imitação da Halley é econômica e, por isso, posso continuar minha empreitada. Não demoro e vejo, sempre, pelos bares os formadores de opinião; agora, eu não sei dizer em que ou pra quem eles querem opinar. Muitas das reuniões são feitas para apreciação de todos, uma pornografia ao vivo, em que, transformam qualquer local em um covil. Esses “homens” são frutos da nossa passividade e ignorância. Cafezinho brinda os conchavos e o pão todos querem só para si. Deixo essa imagem deplorável e sigo e aí me vem o alento. O mar e o rio se abraçando, numa fraternidade que inveja até irmãos. O cais acalma as ondas e o recife faz a sua barreira, como se fosse um porto.
Sigo em frente e caio em mais buracos, me atrapalho com a “mão inglesa” em pleno Brasil e decido, então, parar esse turismo munícipe. Espera um pouco! Esqueci a parte de cima (Baianão e adjacências), sou igual a muitos que maquiam a fachada e jogam a sujeira para debaixo do tapete. Que vergonha! Mas outro dia eu passo por lá, pois a “gasosa” da minha Halley está acabando e eu não sou dono de posto de combustível.
Mário Paternostro