MINHA MORTE E O RADIO

Minhas mãos ainda são as mãos daquele menino, parece que eu

tenho os mesmos desejos e a mesma vontade de segurar o tempo, o

radio toca as musicas que me fazem viajar e minhas mãos dedilham a

estrada dos meus dias... Eu tô cheio de tanta gente idiota, de rumos e

trilhos, ordens e farol de trânsito, faixa de pedestre e guadas vestidos

de amarelo!!! Eu quero tirar umas ferias de mil anos...sem querer ver

nem ouvir papos competitivos de um mundo mordeno e globalizado, o

que eu mais quero é errar essa gente idiota penderada nas escadas da

fama e dos elogios próprios....

Eu morro todos os dias, aos pedaços, em gotas.....morro caindo dos

telhados e da desesperança que a cada dia se torna maior ainda!!! Eu

morro em cada cena, cada filme e desfaleço em pedacinhos diarios que

espirram dos meus olhos em lagrimas de vapor que minha solidão faz

brotar em cada esquina da saudade...

Eu morro ontem morro agora e vou morrendo amanhã bem cedo, na

cama, no carro, na sala e morro dentro de uma garrafa de whisk que só

ela sabe a cor da minha morte fria e sem saudade das pessoas fúteis e

estúpidas que cruzam meu caminho a cada toque da buzina...