Michelle era francesa, mas já se sentia brasileira depois de estar no Brasil há tantos anos. Era elegante, inteligente, bonita e muito bem educada.
Conheceu um homem bem apessoado, com lindos dentes, olhos azuis e outros atributos físicos que, para ela, eram importantes. Seu nome, naturalmente dado em homenagem a Jorge Washington, mas que sua mãe entendeu apenas como Osto, já era um indício de que a família dele devia ser "muito culta."
Nada disso tinha importância para ela. Estava apaixonada e isso bastava.
A convivência, no entanto, não é nada fácil para um casal, principalmente com tanta diferença cultural. Pra começo de conversa os homens são de Marte e as mulheres de Vênus, o que já seria motivo pra não se entenderem.
Michelle sonhava em visitar Roma, Osto queria morar em Ramos. Ela pensava passar as ferias em Nova York, ele queria ir pro sítio dos pais em Nova Iguaçu. Ela adorava presunto, ele só comia mortadela e asinha de frango.
Isso tudo ela relevava porque, quando estavam na cama, não havia nada de melhor. Ele lhe perguntava, após o ato sexual, se ela tinha tido um "orgástico." Ela não se importava se era orgástico ou orgasmo, o que lhe importava é que ela, após o ato, via estrelas e ouvia fogos de artifício
Dizem que os extremos se atraem, mas tanta diferença assim, pode dar certo?
Da última vez que foram a um restaurante chiquérrimo (ela sempre pagava porque era rica) ele bebeu a água com limão que era para lavar os dedos.
Essa união durou mais do que se esperava e somente acabou porque o letrado marido, um belo dia, disse, durante um jantar de aniversário, que Michelle era sifilítica.
O ohhhhh de espanto foi geral.
Ela, com seu sotaque francês que nunca perdera, disse-lhe: ÔÔÔH marrrrido jumento, estupido.Quem coleciona selos, como eu, não é sifilítica , é filatélica. Aliás não é nem filatélica, mas sim filatelista. Vai emborrra da minha casa, já basta de tanta idiotice.
Conheceu um homem bem apessoado, com lindos dentes, olhos azuis e outros atributos físicos que, para ela, eram importantes. Seu nome, naturalmente dado em homenagem a Jorge Washington, mas que sua mãe entendeu apenas como Osto, já era um indício de que a família dele devia ser "muito culta."
Nada disso tinha importância para ela. Estava apaixonada e isso bastava.
A convivência, no entanto, não é nada fácil para um casal, principalmente com tanta diferença cultural. Pra começo de conversa os homens são de Marte e as mulheres de Vênus, o que já seria motivo pra não se entenderem.
Michelle sonhava em visitar Roma, Osto queria morar em Ramos. Ela pensava passar as ferias em Nova York, ele queria ir pro sítio dos pais em Nova Iguaçu. Ela adorava presunto, ele só comia mortadela e asinha de frango.
Isso tudo ela relevava porque, quando estavam na cama, não havia nada de melhor. Ele lhe perguntava, após o ato sexual, se ela tinha tido um "orgástico." Ela não se importava se era orgástico ou orgasmo, o que lhe importava é que ela, após o ato, via estrelas e ouvia fogos de artifício
Dizem que os extremos se atraem, mas tanta diferença assim, pode dar certo?
Da última vez que foram a um restaurante chiquérrimo (ela sempre pagava porque era rica) ele bebeu a água com limão que era para lavar os dedos.
Essa união durou mais do que se esperava e somente acabou porque o letrado marido, um belo dia, disse, durante um jantar de aniversário, que Michelle era sifilítica.
O ohhhhh de espanto foi geral.
Ela, com seu sotaque francês que nunca perdera, disse-lhe: ÔÔÔH marrrrido jumento, estupido.Quem coleciona selos, como eu, não é sifilítica , é filatélica. Aliás não é nem filatélica, mas sim filatelista. Vai emborrra da minha casa, já basta de tanta idiotice.