Novos Ares, Ar Rarefeito
Todos nós temos mantras, momentos de zenismo introspectivo, aquela olhada no porão. Faço isso enquanto caminho e ouço música, tropeçando distraidamente no chão da calçada e nos olhares passageiros; No primeiro amarrar do tênis pela manhã (mas nem tem rolado mais, nem sempre uso um com cadarços). Há sempre a busca por novos ares, mesmo que eles sejam rarefeitos demais pra nós. Meio que inverter os pólos dessa variável vital, o dia-a-dia-rotina. Nem sempre se consegue, nem sempre acontece.
Percebi ultimamente, que não guardo recordações visuais ou "sentimentais" ("sentir com a cabeça e pensar com coração...") a maioria está no toque pro acesso de uma memória no meu celular, preso na lista das Wi-Fi(s) que usei, nos lugares que passei. Dá pra bolar uma memória heroica disso tudo, mas dá pra ser bem vergonhosa, não pelo fato de eu usar a internet do celular (raramente uso fora de casa), mas por que esse tipo de memória, que as vezes tem coisas bem interessantes, ficam restritas a uma realidade tão virtual quanto a quantidade de línguas que dizem que falam num currículo ou num perfil do Facebook.
Mas, apesar dos pesares, sempre tem aquela exceção. Sempre tem o dia em que a vela insiste em brilhar mais que a luz, e esse definitivamente, fica guardado mais nas pálpebras que na mente em si (basta fechar os olhos, pra relembrar o momento, se deixar levar por essa onda). Acho que por serem tão poucos, ficam tão mais prazerosos - deve ser uma verdade universal, que permeia por aí -. Legal, ver que aqueles olhos pintam quando fechamos os nossos, rolando um bem estar geral (zenismo). Lembranças de um dia em que a vela insistiu em brilhar mais que o sol.