Eu, o maior egoísta do mundo!
A partir de agora, quero dedicar-me exclusivamente a mim mesmo. Primeiro eu, segundo eu, terceiro eu.
Família?
Nem sei se vem na ordem seguinte, ou seja, quarto lugar.
Netos?
“Quem pariu Mateus que o embalance”...
_ Aff..!!!
Nem no primeiro de abril teria coragem de dizer uma coisa dessas.
Para cada neto que nasce, adoto uma música, decoro sua letra, canto e danço com ele ou ela até que, mais cedo do que eu gostaria, dorme em meus braços.
Como sou da velha guarda, quase sempre escolho um bolero, um ritmo bom para ninar. Para a neta mais nova, hoje com dois anos, adotei uma música de Altear Dutra, “Brigas”.
Agora, com “Esse Cara Sou Eu”, de Roberto Carlos, ela não quer mais a outra. Se insisto, ela logo diz: “O cala”, nesse jeito comum de criança trocar o “R” por “L”.
Vê-se que Roberto Carlos é o cantor de todas as gerações. Na época da “Jovem Guarda” já era o preferido do avô, agora ainda continua sendo e é também da neta.
Muito embora reconheça que não sou “o cara” que a música descreve, talvez para os netos possa parecer.
Como dizem que o aposentado vira “o Jaque, já que não está fazendo nada”, sou o cara que lhes dá o devido suporte, na hora de levar ou buscar na escola.
No meu carro a cadeirinha já é permanente. Há duas netinhas nessa fase pré-escolar. Para uma ou para outra, o maior egoísta do mundo está sempre à disposição.