DEUS, DEUSES.

O homem, parece, surgiu para se dedicar à sua chegada e partida, buscar explicá-las. Em vão. Tem perdido a busca e se perdido na estrada. Fica um pouco de lenitivo da caminhada nas horas das grandes respostas a que podemos chegar. São muitos os deuses e muitas as religiões, conta a história.

“Passar a vida torturado pela morte é mera tolice”, escreveu Lucrécio faz dois mil e cinquenta anos atrás, antes da vinda de Cristo, pois. E firmava existirem deuses e religiões por temor da morte. Justifica-se a percepção do grande poeta que já entendia sermos da mesma matéria que tudo formava, inclusive as estrelas, e como um físico dizia nada sermos além de átomos, e só eles eram eternos. Isto quando ainda se pensava girar o sol em torno do nosso planeta.

E Lucrécio asseverava que esta entrega é uma forma de viver uma vida incompleta e mal aproveitada. Que diriam os grandes ascetas dessas advertências? Como justificar a vida de Francisco de Assis que largou riquezas para ingressar na integral pobreza, e Buda abandonando seus palácios e absolutos prazeres?

Em nossa mediana inteligência penso que pretendemos evitar o inevitável, o sofrimento, por esse motivo o combate à morte, e o melhor combate é preservar a vida, nosso maior bem, e nesse desejo, construímos culturalmente a vida eterna, a vida que não se extingue.

Seria bom que essa vida nos bastasse, com sua beleza, mas os mistérios da inteligência interrogativa, insondáveis, e os sofrimentos inexplicáveis, tornam acirrada a ausência de maiores despojamentos e febris tanto quanto frenéticas essa revoluções de nossos interiores na busca dos Deuses.

Sendo para aplacar o espírito e serenar o pensamento, que seja a busca cultivada sem sectarismos, que tem tripudiado e usurpado os menos esclarecidos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 03/04/2013
Reeditado em 03/04/2013
Código do texto: T4221250
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