MAQUIAVEL E A OFENSA.
Dizia Maquiavel que nada podia fazer o homem mais feliz do que ter certeza que nunca ofendeu ninguém. Tenho essa consciência. Não carrego e nunca carregarei comigo nenhum ressentimento ou incompreensão que se estabeleça. E creio que todos devem ser assim. Faz bem à saúde e ao espírito. As palavras as vezes são pouco entendidas, compreende-se, as vezes tomamos uma coisa por outra ou até imaginamos coisas inexistentes. Faz parte do ser humano esses desencontros. Acontece com todos nós. Mas a franqueza trás problemas evitáveis.
Recentemente um amigo que apoiava um político apadrinhado por outro político conhecido como altamente corrupto, fazia campanha junto com esse personagem que eu não conhecia, e encontrei ambos em plena campanha no parque mais famoso e frequentado em Niterói na última eleição municipal. Parque onde fui criado e que inclusive evitei através de ação popular que intentei como cidadaõ, de serem derrubadas árvores centenárias que tirariam para feitura de garagem.
Me abordou o amigo e apresentou a “figura” que imediatamente colocou a mão em meu ombro e determinou que se tirasse um retrato. Sem minha autorização. Fiquei quieto por educação. Encontrei de novo em outro dia o amigo distribuindo “santinho” de seu candidato. Disse a ele: como você apoia um político apadrinhado por um corrupto notório? Ele ainda tentou conseguir o meu voto.
Quando o personagem perdeu disse a ele que “ainda bem”. Mas quando cheguei em casa, me censurando, telefonei e pedi desculpas, pois nada tinha com suas escolhas. Ficou ressentido comigo. Lamento, me penitenciei, pedi desculpas de imediato, contra o que se insurgiu minha mulher. Disse que fiz mal em me desculpar. Ele ficou ressentido, eu sentido. Maquiavel não é boa escola, mas nisso estava absolutamente certo, assim penso. Estou do lado leve, sem pesos a carregar.