A volta dos pardais
Aproveitando o tema dos meus dois últimos textos, que tratam de multa de trânsito, veio-me a lembrança do primeiro ato do prefeito anterior de Maceió: a desativação dos pardais eletrônicos. Dizia ele que ia acabar com “a indústria da multa”. A propósito desses pardais que a SMTT quer reativar, vale lembrar um fato curioso que ficou conhecido como “a multa do papa-léguas”. É que um determinado veículo foi multado em dois lugares diferentes, a uma distância de vinte quilômetros um do outro, num espaço de tempo de apenas dois minutos. Recorrendo-se à famosa regra de três, da matemática, constata-se que ele estaria a seiscentos quilômetros por hora. Nem na fórmula um isto é possível. E o mais interessante foi que, mesmo assim, o seu recurso de defesa foi indeferido. Teve de pagar a multa. Qual teria sido a desculpa para o indeferimento?
A alegação de que poderia haver um desajuste entre os relógios dos dois pardais.
Mais uma vez configurou-se aí o que chamei de “incoerências do trânsito” nos textos anteriores. Se o problema está no agente fiscalizador já é motivo para desconsiderar o seu efeito. Primeiro temos de cuidar da arrumação da nossa casa, para só depois apontarmos o defeito das outras.