Já que estou numa fase preguiçosa e desenterrando textos dos meus outros eus, esse do Leo Della Volpe eu escrevi após uma visita à área de fronteira entre as duas Coreias, em 2008:

"Deveria ser um dos países do BRICK (Brasil, Russia, India, China e Korea) mas o fato é que já ultrapassou todos os outros, portanto a sigla fica só BRIC mesmo. A Coreia emergiu e navega em outros mares, enquanto os outros ainda buscam os seus caminhos.

Tomara que não sejamos, como B, míopes ou cegos e consigamos enxergar o farol à distância, sem depender tanto dos Brasilianos.

Mas a Coreia, por mais avançada e desenvolvida que seja, tem um resquício anacrônico e bárbaro; é um país dividido. E eu fui lá na fronteira.

A região tem o nome de DMZ (demilitarized zone), um paradoxo pois é a zona de fronteira mais bem guardada do mundo. Naquela faixa de 3 quilômetros de largura e 200 de extensão, habitam soldados de muitos países sob a bandeira da ONU. Em Coreano o nome é Panmunjong e é uma das maiores vergonhas nacionais.

Os que agora visitam essa região, como eu, certamente estão entre os últimos a ver esse cenário tão ultrapassado de irmãos separados por cercas e guardas. Enquanto o "país" do Sul desfruta as benesses do desenvolvimento, o "do Norte" vive ainda à sombra de um ditador insano.

Coisas do tempo e do espaço, que dentro de alguns anos soarão ainda mais ridículas que hoje."

Esperemos que a tensão de agora seja apenas mais uma bravata do ditador da vez.

(notem que na foto em que aparecem armazéns azuis, os soldados do "Sul" estão com metade do corpo protegida pelo próprio edifício, para o caso de recebrem tiros do outro extremo. Pode?)

Leo(Nilsson) Della Volpe


Leonilsson
Enviado por Leonilsson em 01/04/2013
Reeditado em 10/04/2013
Código do texto: T4218730
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