EU FALEI QUE VINHA CHUMBO GROSSO!

Acredito que alguém deva ter lido a minha crônica HABEMUS PAPAM, recentemente publicada e eu disse que a eleição do Papa argentino iria acirrar a inegável rivalidade que existe entre nós e "los hermanos". Não deu outra; um verdadeiro tsunami varreu a imprensa com uma enorme quantidade de piadas.

Nós estamos mordidos; a praga Maradona, agora o Messi , em seguida o Papa e o San Lorenzo de Almagro.

Ah, assim também é demais! E o brasileiro reage da forma que lhe é peculiar; transforma a decepção, a frustração, em pura molecagem. Isso acontece sempre, mas quando envolve "los hermanos" parece que a inspiração cresce exponencialmente e cada piada inicia uma reação em cadeia...e um poderoso desopilante do fígado.

É claro que coisa semelhante ocorra na Argentina, mas as piadas que li (e não vou publicar) deixam sempre aquele tradicional travo da exagerada ufania, que caracteriza a comportamento dos vizinhos do sul; falta-lhes, porém, a picardia, o sabor picante, o natural jogo de cintura, a pura malandragem, a língua solta, a pontaria certeira e dolorosa, que, sem dúvida nenhuma, são genéticas no nosso povo.

Todos nós, brasileiros, no íntimo, sabemos que isso é puro foclore, que só contém um mínimo de realidade, nada de irrascibilidade, pois jamais tal ação encontraria eco no coração do nosso mais do que comprovado pacifismo. Tudo é devido à sacanagem, que é nosso vício de nascença , à eterna mania da gozação. o prazer infinito do "vou tirar um sarro".

Quando eu disse que a demora na apresentação do novo Papa seria devida a um acontecimento imprevisto e que um cardeal, sufocado pela emoção de ter sido designado Papa morrera de infarto, quase acertei. Houve, sim um cardeal infartado; só que não era ele o eleito! Infartara, talvez, pela desilusão quanto à escolha ou por ter exagerado na refeição e no consumo daquele vinho que só o Vaticano possui, cujo segredo é guardado à 7 chaves, trancado nas adegas sombrias e úmidas dos conventos franciscanos.

Apesar de tudo e como eu sou também brasileiro, transcrevo aqui uma seleção das piadas sobre o principal assunto mundial, que foi a eleição do novo Papa," paenitentia nostra".

- Ateísmo no Brasil bate recordes após a eleição do Papa argentino!

- Argentinos já dizem que o Papa é melhor do que o Pelé.

- Agora, quando sair fumaça da chaminé do Vaticano, já se sabe que

é de churrasco.

- Segunda medida do Papa; "vale gol de mão".

- É bom Papa argentino, porque vai conversar com Deus de igual

para igual.

- Dizem que o Papa é o homem mais importante do mundo. E um dos

mais importantes da Argentina,

- Antes de escolher o nome " Francisco ", os cardeias tiveram um

enorme trabalho para convencer Dom Bergoglio de que "Jesus II"

pegava muito mal.

- O Papa vai autorizar o uso da hóstia em pó (apenas na Argentina )

para que o Maradona possa comungar.

Todo mundo riu? Ótimo! Vai continuar rindo? Melhor ainda.

Mas uma coisa, hoje, já transparece no Brasil e no resto do mundo; o Papa Francisco tem um enorme carisma, violentamente contrastante com seu antecessor, que mesmo sorrindo (raramente) passava uma imagem negativa e, como alguns extremistas afirmam, até malévola. que transparecia em seus olhos, segundo eles, de abutre.

A nossa Igreja necessita sim de um guia que a leve ao patamar onde se encontram bilhões de católicos, fazendo com que se reafirme a fé incondicional, a confiança no clero, no trabalho evangélico, na ajuda ferrenha aos desvalidos, àquele enorme contingente de famintos, ao trabalho incessante pela paz mundial, pela moralização da própria igreja, que tem que dar um exemplo inatacável.

A história registra, indelevelmente, múltiplos estágios porque a nossa igreja passou, desde as páginas negras da Inquisição. Passamos por isso, mas estacionamos no tempo e, pensando bem, regredimos para pior.

Como ímpio jogador, estou pondo na mesa todas as minhas fichas!

Se deixarem o Papa Francisco vivo, acho que a mudança vai ser muito, mas muito grande mesmo.

(não deixe de ler a colega Valéria Dantas)