O avião de brinquedo.
Chego em casa e lá está ele na estante, parece querer decolar. Fato é que vez por outra sai voando na memória, percorrendo o passado com lembranças hilárias e algumas "turbulências" ocasionais.
Recordo o dia que meu pai chegou de uma de suas viagens, como sempre fazia, após a costumeira pergunta querendo saber o que teria trazido de presente, imediatamente entregou-me aquele aviãozinho interessante, com asas brancas de formato perfeito e janelinhas parecendo permitir sentir e ver dentro dele, pessoas que aguardariam a hora do vôo para algum lugar distante.
Difícil foi manter este "brinquedinho" até os tempos atuais, imaginem quantas vêzes precisei brigar com algum amigo, que ao ver tamanho apego, tentou algum tipo de negociação para subtraí-lo dos meus domínios. Fato que obviamente nunca permití.
Comigo este avião saiu da casa da roça onde tínhamos uma "venda" que era referência e ponto de encontro onde meu pai atendia os que trabalhavam na lavoura colhendo café e passavam para comprar
"mantimentos" e fazer o lanche típico de pão com mortadela.
Quando fomos para Carangola,não desgrudei do aviãzinho, nesta cidade tivemos uma farmácia onde acabamos falidos, tudo porque meu pai não cobrava os medicamentos que vendia, solidário que era ao ver o sofrimento dos necessitados.
De carangola para Juiz de Fora, muitos dos brinquedos se perderam na mudança ,mas conseguí bravamente salvar alguns soldadinhos de plástico, e os carrinhos de madeira feitos pelo amigo e protetor das sovas do meu pai quando bravo ficava por artes normais de criança, o carinhosamente chamado "seu Tião".
Este merecia um capitulo à parte, dedicado que era, partiu desta na minha presença devido a um infarto fulminante, que prefiro esquecer para reter apenas os momentos felizes dos tempos da calma vida na fazenda chamada "Boa esperança".
Certamente além destes que mencionei, levei no velho Jeep o meu predileto avião que comigo sobrevoava agora Juiz de Fora.
Nesta cidade guardo muitos bons momentos, mas também um extremamente tenso quando um colega vizinho com "olho gordo" na minha aeronave tentou surrupiá-lá certa tarde após uma partida de jogo de botões, no que demandou algumas trocas de insultos sem maiores conseqüências.
Em Juiz de Fora meu avião presenciou a chegada do "Castelo" nosso cãozinho de estimação que, assim chamado de forma criativa por meu pai devido ao fato de ser todo branco, e ter havido um presidente chamado Castelo Branco.
Alguns anos depois, mais precisamente em 1970, não bem sucedido nos negócios em Juiz de Fora, fomos aterrisar em Volta Redonda, com meu avião "assistindo" a seleção canarinho de futebol ser tricampeã na copa dos "noventa milhões em ação prá frente Brasil do meu coração..."
Em Volta Redonda meu avião viu minha vitória no vestibular de Medicina acompanhou a despedida do meu pai, que "resolveu" voar para o céu deixando uma saudade malvada, que faz doer até hoje, acompanhou minha mudança de vida de solteiro para casado, e minha colação de grau que permitiu inicio da carreira de médico.
Ao mudar de Volta Redonda para Belo Horizonte, retornei às origens mineiras, voltando a falar "uai sô" , meu avião rápidamente acostumou com o cheiro de pão de queijo, e num vôo sem escalas veio parar aquí em Ouro Preto.
Confesso que até hoje, ao estar só, volto aos tempos de criança, pego nas asas do meu avião, faço manobras imaginárias no céu das recordações, e bem do alto vejo distante , a fazenda Boa Esperança, a lavoura de café, o canavial, "seu Tião", meu pai, mas não posso parar, devo alçar vôos mais altos, desculpem preciso ir, preciso muito, muito voar, voooooooommm.....
Chego em casa e lá está ele na estante, parece querer decolar. Fato é que vez por outra sai voando na memória, percorrendo o passado com lembranças hilárias e algumas "turbulências" ocasionais.
Recordo o dia que meu pai chegou de uma de suas viagens, como sempre fazia, após a costumeira pergunta querendo saber o que teria trazido de presente, imediatamente entregou-me aquele aviãozinho interessante, com asas brancas de formato perfeito e janelinhas parecendo permitir sentir e ver dentro dele, pessoas que aguardariam a hora do vôo para algum lugar distante.
Difícil foi manter este "brinquedinho" até os tempos atuais, imaginem quantas vêzes precisei brigar com algum amigo, que ao ver tamanho apego, tentou algum tipo de negociação para subtraí-lo dos meus domínios. Fato que obviamente nunca permití.
Comigo este avião saiu da casa da roça onde tínhamos uma "venda" que era referência e ponto de encontro onde meu pai atendia os que trabalhavam na lavoura colhendo café e passavam para comprar
"mantimentos" e fazer o lanche típico de pão com mortadela.
Quando fomos para Carangola,não desgrudei do aviãzinho, nesta cidade tivemos uma farmácia onde acabamos falidos, tudo porque meu pai não cobrava os medicamentos que vendia, solidário que era ao ver o sofrimento dos necessitados.
De carangola para Juiz de Fora, muitos dos brinquedos se perderam na mudança ,mas conseguí bravamente salvar alguns soldadinhos de plástico, e os carrinhos de madeira feitos pelo amigo e protetor das sovas do meu pai quando bravo ficava por artes normais de criança, o carinhosamente chamado "seu Tião".
Este merecia um capitulo à parte, dedicado que era, partiu desta na minha presença devido a um infarto fulminante, que prefiro esquecer para reter apenas os momentos felizes dos tempos da calma vida na fazenda chamada "Boa esperança".
Certamente além destes que mencionei, levei no velho Jeep o meu predileto avião que comigo sobrevoava agora Juiz de Fora.
Nesta cidade guardo muitos bons momentos, mas também um extremamente tenso quando um colega vizinho com "olho gordo" na minha aeronave tentou surrupiá-lá certa tarde após uma partida de jogo de botões, no que demandou algumas trocas de insultos sem maiores conseqüências.
Em Juiz de Fora meu avião presenciou a chegada do "Castelo" nosso cãozinho de estimação que, assim chamado de forma criativa por meu pai devido ao fato de ser todo branco, e ter havido um presidente chamado Castelo Branco.
Alguns anos depois, mais precisamente em 1970, não bem sucedido nos negócios em Juiz de Fora, fomos aterrisar em Volta Redonda, com meu avião "assistindo" a seleção canarinho de futebol ser tricampeã na copa dos "noventa milhões em ação prá frente Brasil do meu coração..."
Em Volta Redonda meu avião viu minha vitória no vestibular de Medicina acompanhou a despedida do meu pai, que "resolveu" voar para o céu deixando uma saudade malvada, que faz doer até hoje, acompanhou minha mudança de vida de solteiro para casado, e minha colação de grau que permitiu inicio da carreira de médico.
Ao mudar de Volta Redonda para Belo Horizonte, retornei às origens mineiras, voltando a falar "uai sô" , meu avião rápidamente acostumou com o cheiro de pão de queijo, e num vôo sem escalas veio parar aquí em Ouro Preto.
Confesso que até hoje, ao estar só, volto aos tempos de criança, pego nas asas do meu avião, faço manobras imaginárias no céu das recordações, e bem do alto vejo distante , a fazenda Boa Esperança, a lavoura de café, o canavial, "seu Tião", meu pai, mas não posso parar, devo alçar vôos mais altos, desculpem preciso ir, preciso muito, muito voar, voooooooommm.....