Receita pra dançar a sós
Meu amor deixou de "existir". (Hoje "bailamos" em silêncio por todos os meus versos). Não tenho esperança e nem me deixo ter. Aí eu escrevo. É como se eu maltratasse o papel com palavras. Na verdade, eu tento maltratar o papel... Tento! Mas acaba que o adoço inteiro. E aí eu sigo. Com poesia nos olhos e o bolso vazio. Com o coração cheio de melodia e sem par pra próxima dança.
Desenhei uma cabana e colori nós dois lá dentro. Misturei fantasia com seus lábios e corri por aí com meus sonhos nas mãos. Transformei meu coração em marcador de página. Mas antes espalhei meus versos nela. Tropecei na minha saudade e arranquei um sorriso sincero dos meus desejos.
Escrevo pra você. Pra você, que só existe aqui. Minha fuga e minha terapia ao mesmo tempo. Meu pesar e minha alegria. Meu amor, sempre, em qualquer tempo verbal.
(Dança comigo a próxima ciranda?)