A CRUZ E A CONSCIÊNCIA.
Pende do Gólgota a forma do sofrimento sem resposta consciente.
Ninguém sofre sem causa eficiente.
O Homem-Deus, que tinha a visão do início informe das coisas em matéria, sabia ser a inteligência o meio do amor transformar a própria inteligência, amenizar os seres dotados de razão, ultrapassado o instinto e a simples matéria. Colocou beleza para os olhos da razão, emplumou as aves, fez o canto da natureza ter sons sedutores, vestiu as flores de encanto, revestiu os montes da brancura que sinalizava paz.
A consciência recusou viver nos caminhos da serenidade como desenha a natureza em sua transformação e beleza. Continua a recusar. Lava em sangue e desamor a fraternidade pela qual se imolou o Cristo em nome da irmandade.
Continua a jorrar profundamente do Calvário o sangue da consciência repelida.