A falsa Guerra Coreana
Tempo de paz, tempo de Páscoa ensombrada pela retórica de guerra da Coreia do Norte (às vezes ser ateu tende a proporcionar comportamentos estúpidos, eu sei que já fui ateu…) mas em breves linhas vou desmistificar o que se passa na Coreia que, modéstia à parte, percebo um bocado do assunto:
1- Cada vez que a Coreia da Norte quer negociar antes mostra os dentes de maneira a partir com uma posição de força para as negociações. 2- A Coreia do Norte e a do Sul possuem novos líderes, e o do Norte pretende marcar a sua posição tanto perante os militares que o apoiam – e que desconfiam da sua juventude – como perante o sul…3 – A violência da retórica do Norte indica que este está em grandes dificuldades internas, dai usar a sua retórica bélica nacionalista para unir um povo em desagregação como para exigir que as suas pretensões sejam atendidas, pelo menos grande parte delas…4- O poderio militar Norte Coreano é uma ilusão, pois além de não terem a arma atómica, os seus mísseis balísticos são baseados nos projectos soviéticos de primeira geração, baseados na tecnologia nazi. Numericamente são relevantes, mas a qualidade do armamento do Sul e as forças americanas presentes fariam com que, se houvesse guerra, fosse um mero “tiro aos patos”, isto é, um dizimar algo fácil das forças do Norte.
Estes são os factos, e impõe-se a questão:
Porque existe esta tensão na península coreana…?
Porque tal é do interesse dos maiores aliados de ambos os lados – Uma Coreia unificada ir-se-ia transformar num portento económico e industrial que faria sombra tanto à China como aos EUA, logo convém manter os dois povos separados.
Por fim, esta retórica bélica interessa manter porque tal ajuda a justificar os gastos militares obscenos tanto da China como dos EUA, ajudando também a manter o complexo militar industrial que condiciona decisões destas duas super-potências…
E acresce ainda o pormenor de grande importância do cenário geoestratégico ter mudado: deixou de ser a Europa e o Médio Oriente e passou a ser o sudoeste asiático, para onde os EUA estão a deslocar grande parte das suas forças e meios bélicos, dai a questão Síria, que noutros tempos mereceria destaque e empenho, ser agora uma mera nota de rodapé apesar da gravidade da situação neste país…