Sonho, lucro e castigo

O computador falhando, falhando. A mão enorme sai de dentro do visor, agarra o usuário do colarinho e diz:

- Você é o culpado de tudo o que acontece.

Era a primeira vez que o ser humano se debatia em sonho com o sentido protetivo da possível garantia das possibilidades do erro sendo uma condenação, um fracasso, um desastre, um infortúnio totalmente desconhecido, sobre novas possibilidades que empregou para ser livre na lida com tal objeto. Ninguém ainda havia dito ao mundo jurídico esta verdade elementar, todavia nova, de que apenas o milenar jogo de xadrez representa completamente a mente humana. O computador lida com a representação básica no campo visual sobre a representação de todos os desejos permissivos garantidos pela subjetividade no campo da erotização mental.

Mais de uma vez verificou a mensagem: você é o culpado. Havia então um mito estabelecido de que a máquina denominada computador estaria representando integralmente a profundidade plena da representação mental humana. Por que razão? Por ser integralmente testemunho inapagável, sem que se compreenda como zombaria a repetição das buscas? Comédia da liberdade.

Ao chegar na escola observou os alunos em postura de ensino típico do século dezessete em pleno século vinte e um. Logo substituído pelo professor outro de fundo virtual. O avatar erudito feito de muitos, mas com uma só cara, eis o professor atualizado.

Estaria recusando o avanço? O desenvolvimento? Para dar resultado o novo deveria passar primeiro como uma espécie de “inconsciente lucro”, fase em que o “usuário deve ser apontado como responsável integral” até ser avaliado de fato no futuro. É a liberdade do usuário que está em jogo em todos os contratos instantâneos. De falsidade nítida pela vantagem completa da anterioridade sobre fenomenologia da imagem a da nova modificação visual. Mundo da época de ouro do autodidatismo inserido nas novíssimas possibilidades informativas.

Teria havido algo com a erudição em seu formato de aquisição? O fato é que sempre haverá "computador falhando" decidido a dizer que você é o responsável dentro de imensos sistemas integrados ou decímetros de integração avançados.

Você é o culpado de tudo o que acontece. Indefensável. O direito deformaria ainda mais a falta de profundidade interpretativa das relações virtuais. Grandes vaidosos debruçados deixarão de lado o trivial, a conquista de expressão sem nenhuma especialização da imensa parcela inserida nesse objeto que mal diferencia níveis de importância declaradamente. Você pode usar o buscar para ir a lua ou comentar o piolho do cachorro.

Essa extravagante fonte de leis para objetos modernos e extravagantes compete em requinte (que se transforma em pagamento) com a magnitude de vencedores sobre infelizes. Por grande superioridade esquecem o detalhe do tempo em que andou falhando, falhando...

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Este texto pertence à editoria "Ficção Virtual". A ficção virtual se caracteriza pela visão entre homem e máquina em seus delírios e alívios obtidos pela experimentação massiva da novidade em questão. A ficção virtual nestes moldes era inexistente