FLAGELO DO CRISTO.
Nasce o menino-anjo, traz a missão de sofrer a dor por amor, contradição do egoísmo que prevalece e mata aos poucos a humanidade.
Nasce a cada ano o corpo santo, e morre martirizado no Gólgota, na lágrima muda de sua resignada mãe que cai pelos séculos afora. Seu corpo atravessa os tempos, as eras, isento e incorruptível, é paradoxo da alegria na festa da ressurreição, onde a páscoa celebra a morte que é vida eterna.
Caem as carnes do Cristo, vergastadas pelo chicote da injúria, matam-lhe o corpo, desfigurado, resplandece e brilha a alma.
Paixão, silencia e ama a humanidade, em genuflexo ao seu nome na unanimidade póstera. Perece pela verdade, não reconhecida.
Vence a vaidade o vento, na rapidez do tormento, abre-se o céu na Paixão, morre o sonho junto das mãos, sobrevive o coração. Não mais pertence ao discurso avisado a exatidão da certeza. Sofre quem o nega na caminhada da existência.
Da Cruz pende nossa consciência, o flagelo não foi em vão.