Quão errado está Joey Barton?
Quem assiste hoje jogos da seleção brasileira de futebol, seja ele torcedor brasileiro ou não, é unânime em aceitar que algo precisa mudar. Algo. Para uma seleção pentacampeã do mundo, a maior na memória de todos aqueles que conhecem a história desse esporte, para os que lembram de Garrincha, Pelé, Sócrates, Falcão, Zico e de incontáveis outros craques que marcaram época, precisa-se de uma mudança.
Para mim, a mudança começa pelo Neymar. Ele não é jogador de seleção. Ele não é craque. Ele não é mito. Ele é moleque. Ele é uma jogada de marketing veiculada pela mídia. Ele é um lixo.
Ou melhor, compartilho das palavras de Joey Barton, jogador da seleção inglesa, que twitou ontem, depois do empate da seleção com a Rússia: “Neymar é o Justin Bieber do Futebol. Brilhante no velho Youtube. Mas é xixi de gato na verdade”.
Joey Barton que a propósito virou desafeto de Neymar desde o jogo em que seu país derrotou o nosso, sem fazer muito esforço, em campo. Tudo começou quando ele disse que o playboy era supervalorizado por jogar na liga da selva. Mas ele não parou por aí. Além dessa, do Justin Bieber, temos outras declarações como “ele não é tão estratosférico como Messi e Cristiano Ronaldo.” e “O Brasil não é mais o mesmo. É como o Harlem Globetrotters que só viaja o mundo para apresentações” Esse Harlem aí, que não é o shake, é um time de basquete que só joga para divertir a platéia e não para ganhar competições.
E quão errado podemos dizer que ele está? Qual o último jogo, meus caros compatriotas, que vimos a seleção jogar com o brilhantismo que sempre, e repito, SEMPRE, foi sua característica? Os dribles, as tabelas, as triangulações, a raça, a malandragem, o estilo envolvente e lindo de ver que só o Brasil tinha. Uma marca registrada, que parece ter expirado. Hoje, não se consegue mais um bom futebol nem em frente a Rússia.
Mas, ainda assim, idolatra-se alguém como Neymar. Neymar, cujo portfólio de conquistas não supera o campeonato paulista, uma copa libertadores e algumas adolescentes, modelos e atrizes de novela.
Neymar, que até a gola da camisa de sua seleção usa de uma maneira ridícula, acho que para combinar com o cabelo e também para aparecer, mais um pouco, pois é só o que deseja.
Neymar, famigerado cai cai. Que só dribla zagueiro de time pequeno e que em toda decisão e partida importante, contra os grandes times nacionais mesmo, é coadjuvante.
Sim Brasil, o que temos hoje como craque é o Neymar. Nada mal para nós hein? Nós, que já fomos levados para as taças de grandes copas do mundo nos pés de Pelé e de Ronaldo Fenômeno.
Mas se o problema fosse só o Neymar, tudo bem. Mas a situação é generalizada. Os “craques” que temos hoje na seleção são tão desconhecidos de nós mesmos, quanto apáticos em campo. Lembro-me dos tempos da copa de 2002, quando Cafu com mais de 30 anos fazia uma lateral esquerda extraordinária. Ontem, vi Daniel Alves que, com um cabelo que queria disputar o troféu de mais ridículo ao lado do Neymar, não é capaz de acertar um cruzamento.
Nada mal Brasil, para quem tinha Sócrates no meio de campo, um dos mitos da seleção de 82, que não vi jogar mas cujo mito sobrevive até hoje, ver jogar no meio de campo Hernanes. HERNANES MEU DEUS.
O futebol no Brasil foi corrompido pela política da cartolagem. Pelo entra e sai de técnicos e de membros de comissão. Pela atribuição de cargos desconhecidos para pessoas desconhecidas. Pelos tratos escusos. Pelas picuinhas. Pelas gambearras que nunca vem à tona. Por uma confederação que se acostumou a jogar com os Emirados Árabes, com o Kuwait e com o Congo, pois mais importante que testar o futebol é testar os nossos cofres, para que possamos ver qual o lucro que podemos ter num amistoso. O futebol brasileiro está horrível. Do louvor que a mídia dá a Neymar até a apatia dos outros jogadores. E, enquanto a CBF estiver à frente disso tudo, nada vai mudar.
Sim Brasil, Joey Barton estava certo. Neymar é mijo de gato e a seleção só viaja o mundo para apresentações, não para competições.
O único erro dele foi a respeito da liga da selva. Nisso ele se equivocou, já que a mata que tínhamos por aqui vem sendo cada vez mais devastada.