ÁGUAS
A vida de milhares de pessoas até 2030 estará desértica, sem água.
G uerras financiadas serão com o “objetivo” de água encontrar;
U nanimidade entre os homens, única forma dos problemas solucionar.
A inda haverá um tempo em que o homem usará da prevenção e não da ambição?
S ei e não aceito: a miséria humana é o alimento da vida de pobres homens grandes.
No Brasil, estamos mais uma vez revendo o “Show das chuvas”, e muitos brasileiros sentindo na pele e na alma, o descaso político que já não é mais um caso de “improbidade administrativa”, mas uma questão de violação dos direitos humanos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1948, e o Brasil, também é “signatário”.
O objetivo maior da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é que nunca mais nenhum homem passe por maus tratos (torturas, fome, violação cultural, religiosa e política), como aconteceu no período da Segunda Guerra Mundial. No entanto, o que mais se ver no Brasil é a negligência dos direitos mais essenciais ao brasileiro. A CONSTITUIÇÃO é a nossa “Declaração dos Direitos Humanos”. Mas infelizmente, é só mais uma bela legislação do homem, usada ao seu “bel-prazer”, quando não, fica a decorar mesas e gabinetes, das três esferas; “apontada” e usada como adereço de tribuna.
O Rio de Janeiro é um exemplo desse descaso; do desrespeito dos direitos mais essenciais. No ano passado, o Rio de Janeiro e outras cidades brasileiras, sofreram com as chuvas. Esse ano não está sendo diferente. Então, pergunto-me: por quê? –Será Deus tão cruel e sádico, que todos os anos, se diverte, orquestrando chuvas sobre as mesmas cidades, causando desabamentos e mortes? Ou é o homem que vive a desrespeitar a natureza, sem se importar com as consequências? Ou são os nossos Excelentíssimos senhores que não fazem o dever de casa, e a população termina sendo sua cobaia? – Bom, eu declaro Deus inocente. Os homens culpados - os políticos e os cidadãos -. Os políticos, por fazerem dos fenômenos da natureza as causas, e a Deus, culpado por tantas desgraças. E os cidadãos, por só lembrar-se de Deus nesses momentos, e só dele exigir providências e ações. E esquecem que o FDP, que foi a sua casa, que foi recebido, atendido e louvado, é ele quem está travando, aferrando a sua vida a uma burocracia que só o leva a linha dos subjugados; deixando-os na rua da morte, com o chegar das chuvas.
Além de todos os problemas com as chuvas, o Brasil, também conhece outro lado da moeda, a escassez de água, a seca - a falta d’água, não só para o cultivo, os animais, mas também para o homem (água potável). E segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), até 2030, 40% da população mundial ficará sem água. No dia 22 de março, comemorou-se pelo mundo o Dia da Água. E a situação não é muito diferente da vivida aqui; no resto do mundo. O que se observa pelo planeta, são rios poluídos; pessoas, feitos porcos tendo que daquela água sobreviver. Então, pergunto-me: hoje já se trava uma guerra pelo direito a água, que é um bem universal. O que mais ainda vai acontecer até 2030? – O homem ainda tem alguma técnica de tortura a ensinar, além das que já pratica, contra a natureza, e consequentemente contra a si mesmo? Quantos ainda vão morrer de sede e fome? Quantos seres humanos pelos caminhos serão abandonados aos abutres? – E me faço outra pergunta: O que difere o momento de hoje, do momento da Segunda Guerra? – Onde tantos seres humanos foram submetidos a tantas atrocidades? – Digo a mim mesma: Lá num passado não muito distante, tínhamos um homem, que almejou ser Deus; hoje temos vários homens querendo ser Deus, e fazer das paisagens seus campos de concentração; infelizmente, já com algum êxito.
Em alguns lugares pessoas morrem por não haver políticas públicas sérias de urbanização; cidades crescem subindo os morros (que com a chegada das chuvas os cidadãos são jogados morro abaixo, soterrados); em outros lugares pessoas morrem por não haver uma política pública séria de combate a seca. Já em outros, centenas de pessoas vivem a mendigar um copo d’água, por não haver uma política séria de saneamento.
Ver um ser humano morrer hoje de sede ou de fome, é menos atroz, do que aqueles que morreram de fome nos campos de concentração? – Ver hoje um homem ser soterrado, é menos atroz, do que aqueles que morreram nas câmaras de gás? – eu lhes digo: Não é. A única diferença entre um e outro foram os métodos: um foi soterrado, e o outro foi asfixiado, mas a causa foi à mesma: POLITICA. Hitler com sua apregoação de raça pura (questão cultural, religiosa); e no Brasil, meu país, muitos políticos brincam de fazer política, de ser político (desrespeitando os direitos garantidos na lei maior de nosso país – A CONSTITUIÇÃO); o que não deixa de ser também uma questão política, e grave (improbidade administrativa). Enquanto isso, a população vai pagando a conta, com o seu suor, com sua vida. E eu me nego a ficar calada, me nego a ser cúmplice, mesmo que a única forma de demonstrar a minha discordância e repugnância seja com palavras sem notas.
Edna Maria Pessoa
Natal, sexta-feira, 22 de março de 2013.