O amor é isso... Um quebra cabeças...

A vida é boa até você resolver escrever sobre amor. A vida é extremamente magnífica, perfeita e bela até você abrir o Word ou pegar um bloquinho ou até mesmo abrir o bloco de notas do celular e decidir depositar ali todas as suas expectativas e angústias.

Você coloca Bob Dylan para tocar e fica lá cantarolando “you belong to me...” e começa e escreve uma linha e escreve duas e apaga quatro linhas para ter certeza que apagou tudo. Ai você se desespera, se enlouquece, se faz de maluca que acabou de fugir do hospício e faz com que a insanidade chegue ao seu ápice. Depois se acalma, se aquieta, sossega no sofá, bebe uma taça de um bom vinho e sorri feito uma criança boba que acabou de ganhar um doce.

Então se questiona e chega a conclusão que não sabe nada do amor, que nunca sentiu o amor, que nem sabe se ele existe de fato. Pobre coitada, mal sabe que está mais preenchida de amor do que estavam Romeu e Julieta.

O fato é que ninguém sabe quando começa a amar. A doença é perigosa, afeta todo o nosso organismo de uma maneira incontrolável e dá até uns bons sinais de a flecha do cupido nos acertou, mas quem disse que a gente percebe? E se percebe não quer aceitar. Estupidez humana essa de não querer admitir que tá com o coração tá batendo rápido.

Acontece que todo mundo tem medo de amar. Tem medo de amar e não ser correspondido. Tem medo de amar e acabar sofrendo. Tem medo de se declarar e estragar a amizade. Tem medo de arranjar alguém e cair na rotina. Tem medo de sair com a pessoa, pensar que vai ser eterno e ser caso de uma noite só. Tem medo de estar com o coração transbordando de amor e não conseguir nem um caso de uma noite só. Tem medo de conhecer um cara e pensar que ele é um poeta romântico e depois descobrir que ele não passa de um canalha. Tem medo de se entregar e não ver a outra pessoa se entregando. Tem medo de deixar seus próprios sonhos de lado e seguir os passos da outra pessoa e acabar descobrindo que errou o caminho. Tem medo de abrir mão daquilo que acredita, que acha certo, e depois se arrepender. Tem medo de mudar para a outra pessoa te aceitar e acabar percebendo que não valeu a pena. Tem medo de passar a noite em claro chorando e morrendo de preocupação porque a outra pessoa sumiu. Tem medo de ter que lidar com os defeitos do outro. Tem medo de ter que conviver com as manias e esquisitices. Tem medo de não conseguir ser o que o outro quer. Tem medo de não ser o que o outro procura. Tem medo de não ser suficiente. Tem medo de não conseguir agradar. Tem medo de acabar brigando e discutindo. Tem medo se esforçar e perceber que o seu bom não é bom o suficiente. Tem medo de não saber o que fazer quando o outro desabar e acabar indo embora. Tem medo de que o outro vá embora. Tem medo que não dure. Tem medo que dure mais do que o esperado.

Já não bastasse tanta coisa, tem medo de se entregar. Tem medo de se entregar de corpo e alma. Tem medo de não ir mais para a balada com as amigas. Tem medo de perder o futebol de domingo. Tem medo de ele achar que você engordou. Tem medo de ela achar que você não dá conta do recado. Tem medo, tem medo de ser trocado por alguém melhor. E tem mais medo de ser trocado por alguém que seja pior, mas que pelo menos não seja tão medroso assim. Tem medo que o respeito acabe. Tem medo que o próprio amor acabe. Tem medo que amor acabe e de ficar empurrando a coisa com a barriga. Tem medo que o beijo perca o gosto. Tem medo que a pele deixe de ser macia. Tem medo que o cheiro não seja mais o mesmo. Tem medo que o cabelo não seja mais tão sedoso assim. Tem medo que os seios caiam, que a cabeça debaixo não funcione. Tem medo de no final de tudo acabar machucado, acabar machucando, tem medo de ser ferido e de estar ferindo. Tem medo de ter depositado todas as suas esperanças em algo que não vai dar em nada... E não vai dar... Ou vai... Ninguém sabe.

O problema é que todo mundo passa o tempo todo pensando no que vai dar errado e esquece-se de pensar em tudo o que pode dar certo. Esquece que o amor vai te consumir, te preencher, te encher de paixão, te fazer ir á loucura, te fazer encontrar seu céu, seu paraíso, seu príncipe encantado, sua metade da laranja, seu amor pra vida toda. E por mais que algumas vezes doa, por mais que algumas vezes machuque, no final, tudo vai ter valido a pena porque quando o dia terminar você vai saber que existe alguém nesse mundão todo que se importa com você, que te quer bem e que moveria o mundo pra te fazer feliz...

Ninguém ainda conseguiu entender direito, mas o amor é isso, uma coisa tão confusa e tão complexa e ao mesmo tempo tão simples e necessária. O amor é essa coisa toda. Literalmente uma coisa já que ninguém ainda conseguiu explanar uma definição perfeita. O amor é entregar tudo o que você tem de bom e de ruim nas mãos de alguém e dizer “toma, é seu, faz o que você quiser” sem ter medo nenhum do que o outro vai fazer, porque você sabe que qualquer que seja a decisão que a outra pessoa tomar, essa decisão vai sempre ser a certa. Por mais que na hora pareça errado, no final tudo se encaixa.

E o amor é isso... Um quebra cabeças...

Larissa Oliveira
Enviado por Larissa Oliveira em 23/03/2013
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