UM PASSEIO NA FAZENDA

Ir à fazenda e dormir lá era o plano original, mas...Cobras, lagartos, morcegos!!!

Na noite anterior, num bate papo informal, Manfredo encarregou-se de despertar em mim todos os possíveis medos adormecidos!!

“- Outro dia, na churrasqueira da fazenda, enquanto mexia na pia, senti algo batendo em minha perna e, quando olhei, vi que era uma cobra coral...”

Aff!! Se fosse apenas esse episódio, mas não! Ele discorreu sobre diversas (e adversas!) situações em que se deparou com cobras venenosas, escorpiões e morcegos dentro e fora de casa... Os mais corajosos que eu pensariam duas vezes antes de “aventurar-se” num passeio desses.

“- Mas não se preocupe, isso tudo aconteceu faz tempo!” – e eu não só desisti de passar a noite por lá como também quase desisti de ir até lá, mas...

Cá estou na fazenda, sentada na varanda, deslumbrada com esse lugar de beleza inebriante, muito calor, porém com brisa amena, sons de bichos na mata, nas árvores, e um cheirinho bom vindo da cozinha, onde minha madrinha prepara o almoço com uma generosa pitada de amor...

Aqui, sentada ao ar livre, ouvindo através da janela a melodia “La vi en rose” tocada no note book em que Manfredo trabalha no escritório, e executada por uma magnífica orquestra estoniana, vendo ao longe boizinhos pastando, siriemas se atropelando numa algazarra bastante cômica, e o cãozinho negro enroscado a meus pés, ronronando no sono dos justos, penso no quanto a vida é bela, a Terra é linda e eu feliz...

Não é necessário muito para gozarmos “essa tal felicidade”; basta ter olhos para enxergar as belezas que Deus criou, ouvidos para ouvir os sons da natureza, tão melodiosos e repletos de “segredos trazidos pelo tempo e o vento”... E alma para perceber o quanto existe de amor para cada um de nós, sempre ali, tão próximo, ao alcance de nossas mãos, e tão intenso que, se fecharmos os olhos e nos permitirmos perceber e sentir, seremos inundados pela mágica sinfonia das folhas a balançarem nas árvores, num bailado apaixonado em nossa homenagem; nas flores a desabrocharem “luxuriantes”, ofertando-nos de modo quase sensual sua exuberância e perfume... E se houver a feliz coincidência de, nesse momento, termos ao alcance das mãos um alguém em cujo coração cultivamos esse sentimento maior chamado amor, tudo estará tão perfeito que,com certeza, todo o “medo ancestral” dará lugar a uma alegria e a um prazer absolutos.

Hoje estou na fazenda, cercada de beleza, sentindo-me parte integrante de toda essa engrenagem mágica, emocionada pelo amor que apreendo de cada partícula desse contexto lindo, perfeito, e grata a Deus por Seu imenso amor por mim...

Sandra Hasmann
Enviado por Sandra Hasmann em 22/03/2013
Código do texto: T4202604
Classificação de conteúdo: seguro