De sexo, desejo, amor, carinho e outras necessidades básicas...

A ordem do título me parece geometricamente inversa às minhas pretensões.

Mas é assim que sinto, agora enquanto rabisco(?) esta linhas.

Tirando as funções vitais próprias do animal que me habita, vamos pela ordem de importância.

Sexo! Quero, e muito. Alivia tensões, descarrega emoções, dá cor e viço à pele,aos cabelos, fortalece a musculatura, os ossos; dá flexibilidade, queima calorias, estimula as sinapses neurais. Mas tudo isso já foi dito e comprovado. Não sei meus dois leitores e eventuais meia dúzia de comentadores, mas sexo tem de ter um som, para mim, em "sensurround", aquele que estremece minha audição, cria espasmos musculares. Sem isso, fica uma coisa mecânica, simples ato de cumprir uma obrigação. Tá, concordo que exista muita falsidade, mas encaro como uma mentira piedosa feita para elevar a auto-estima do homem. Faz parte. Assim como nada conseguirá impedir que cada um fantasie internamente o corpo que está sendo, nesse caso, usado como objeto sexual.

Desejo! Paixão, vontade de alcançar algo que se apresenta inacessível, distante, ou proibido. Como sempre, pode levar a gente a uma decepção, uma depressão, um sentimento de culpa ou remorso, em razão da formação de cada um. Isso se dá pela comparação de experiências anteriores, pela constatação de que, uma vez tendo conseguido alcançar o objetivo, nos damos conta que não houve sinos bimbalhando, não houve o bater de asas das borboletas dentro do corpo, e fica uma sensação de "dejá vú".

Amor! Não esse sentimento rasteiro que estamos aprendendo na mídia, ou estão nos empurrando como verdade. Amor incondicional, sem culpas ou cobranças. Não como foi explorado por poetas e romancistas antigos.Amor descompromissado, que nos faça sentir a necessidade do ser amado. Onde só a certeza de que aquele ser existe, nos basta para continuar vivendo. E procurando agir de forma que nossa existência só é através dele.

Carinho! Ah! Cheguei ao principal. Carinho é se doar. É entender que o ser amado é cada uma de suas células, é o oxigênio que se respira, é o sangue que circula em nós. Carinho, é querer o bem do outro, é deixá-lo livre, é aceitá-lo como é, integralmente, e prover todos os seus desejos. É cuidar, melhor, é saber que só se existe para protegê-lo, defendê-lo, apoiar e dirigir seus passos para a felicidade que o ser amado crê ser seu destino. Ainda que não se concorde integralmente com suas pretensões. Mas aceitar que o ser amado é Deus, uma divindade superior, e portanto sempre estará certo. É crer que somos uma luz acidentalmente dividida num espaço atemporal, para onde retornaremos na hora final de nossa evolução.E ser eternamente grato pela possibilidade de sentir isso. De permitir que assim nos sintamos.

Mas, por que tudo isso aí em cima?

Porque só quem vive plenamente consegue dividir entre duas pessoas esses sentimentos.

E só quem vivencia estas situações, ao ler, entenderá.

E vai aceitar que os sentimentos são iguais às duas, sem culpa, sem divisão, sem comparação, e principalmente sem querer sair buscando loucamente uma complementação desnecessária.

Difícil de explicar, mais ainda de se fazer entender.

Próprio da minha incapacidade de exprimir meus sentimentos.

neanderthal
Enviado por neanderthal em 22/03/2013
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