O DOCEIRO FALIDO E O CORRUPTO DE SUCESSO

O DOCEIRO FALIDO E O CORRUPTO DE SUCESSO.

Observando daqui e de lá os personagens de minha cidade vejo casos extremamente opostos mas que em análise mais profunda e filosofada mostra que as aparências enganam. Tem um sujeito por aqui que em quatro anos de corrupção fez o pé de meia. Muito esperto, muito ladino, ficou muito rico, foi de zero a cem em segundos. Esbanja seu poder econômico sem se preocupar com a origem que é de conhecimento popular. Por outro lado tem o “Zé da Diná” que é muito boa pessoa, tranqüilo, feliz e falido. O “Zé” se deu mal em quase tudo o que fez, tem o péssimo hábito de confiar nas pessoas, acha que todo o mundo é igual a ele e acabou sem nada, mas estranhamente é de bem com a vida. Certa época o “Zé” arrumou um carrinho de doces e saiu pelas ruas e praças vendendo suas mercadorias. Quando vi, achei que era um mal negócio mas me disse o quanto apurava durante o dia e o lucro segundo ele era meio a meio. Fiquei contente que o “Zé da Diná” tinha conseguido um meio de subsistência honrado e lucrativo. Passaram-se semanas e vejo o “Zé” sem o carinho, tinha falido de novo. Me disse que tinha quebrado e argumentei então questionando os valores que me dera, os quais ele confirmou, acrescentando um detalhe, tinha pena das crianças que não tinham dinheiro e dava os doces e assim foi à bancarrota. À primeira vista temos um espertalhão e um ingênuo, mas porque um é feliz e o outro é preocupado? O “Zé” tem paz de consciência, o corrupto não, o “Zé” não depende de aprovação social alheia, ele é livre, o corrupto vendeu a alma ao diabo em busca de aprovação social, é prisioneiro disso. Os filhos e netos do “Zé” julgarão o seu procedimento e não terão nada para incriminá-lo. Os descendentes do ladrão ao julgarem seu comportamento, ou serão ladrões também ou sentirão vergonha e nenhuma dessas situações é boa. Se formos olhar a questão sob o ponto de vista religioso fica melhor ainda para o doceiro falido. Em resumo nossas análises variam conforme a profundidade da filosofia e posso afirmar com certeza que de qualquer forma o “Zé da Diná” sem o carrinho está melhor de vida em comparação ao corrupto e seu carrão.

danilos
Enviado por danilos em 21/03/2013
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