PEQUEI POR AMOR (?)

Pequei por amor... Se é que pecados existem por si só ou são resultado do excesso de paixões que transbordam da alma, acumuladas em priscas eras. Não vamos nós, a exemplo de um filme, juntando as cenas que, como atores, vivenciamos nos palcos da vida e que, como flashes iluminam, vez ou outra, o espírito que tudo guarda mas que, perdido na dualidade da matéria, parece esquecer? Contradição! Guardar e esquecer? Parece ser assim o caminho do ser... Na alma os engramas que só se abrem totalmente quando o espírito liberto encontra a plenitude da consciência e que deixa à mostra as cenas que, por si só, merecem nosso aplauso, mas também aquelas que, por falha "técnica" ou má representação, nosso dedo aponta contra nós. Se existe culpa é porque houve livre arbítrio e a escolha de sermos ou não bons atores, depende de nós. Depende das opções que fizermos agora, porque o passado um dia retorna e as cenas mal vividas nos impulsionam à nova representação. Por outro lado, se cumprirmos nosso papel no teatro da vida, acumulamos créditos que aplainarão, no futuro, as pedras que porventura encontrarmos. Seja como for, melhor pecar por excesso de amor do que congelar o coração, esquecendo que, ao nosso lado, outros atores também representam suas cenas particulares. Concluo que pecado não existe, o que existem são erros do papel mal decorado. Assim como não existe um Ser vingador a nos cobrar, através da dor, nossos deslizes. O elemento julgador é nossa própria consciência e o calcanhar de Aquiles, que todos temos, é um sinalizador a nos indicar onde erramos e que depende exclusivamente de nós consertar. Melhor fazer bem feita as cenas, aparando arestas no agora, do que repetir e repetir os fatores que nos levaram à queda. A vida, afinal, não tem rascunhos...

Giustina
Enviado por Giustina em 21/03/2013
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