Teorias práticas e práticas utópicas

Enquanto isso em Petrópolis:

"Sobe para 27 o número de mortos em Petrópolis em decorrência da chuva[...].

Chove quase o dobro do esperado para o mês inteiro. "*

É impressão minha ou isso acontece todos os anos? Questiona o leitor leigo.

Parece que sim, mas tem ano que acontece em outras cidades também, é essa tal de região serrana do Rio de Janeiro. Responde o espectador leigo.

Se acontece todos os anos, porque o governo não se prepara? Questiona novamente o leitor leigo.

Sei lá, para de fazer pergunta difícil que quem é pago para pensar nisso já está no poder. Responde o espectador leigo.

Tem razão, mas se eu fosse esse povo que mora lá eu já estava bem longe dessas cidades. Finaliza o leitor leigo.

Não precisa ser especialista para constatar que há uma omissão diante dos acontecimentos nos últimos anos na região serrana do Rio de janeiro e então nos deparamos com o maior dos questionamentos, a culpa é do governo que não prepara-se para esse período? Ou da população dessa região que insistem em construir em lugares de risco?

Cada um tem sua parcela de culpa, afinal se o homem representado nessa situação pela defesa civil não é suficiente para deter as catástrofes naturais, então está mais do que na hora de ações drásticas serem aplicadas junto a população, proibir a construção e evacuar os que já moram nesses lugares de risco. Sabemos que não é tarefa fácil, imagina você ter que conscientizar inúmeras famílias de que elas construíram suas vidas em uma cidade que a natureza vem se encarregando de destruir ao longo dos anos. É uma missão difícil, mas não impossível.

Todo o dinheiro que o governo já gastou de 2011 até 2013 com essas catástrofes naturais, com certeza já seria possível terem reconstruido a vida dessas pessoas em lugares seguros. E até onde sabemos o Brasil está entre os países do 3º mundo, logo não temos tanto dinheiro para ficarmos "retalhando" moradias e o coração dessa população todos os anos.

Diante disso a palavra de ordem é conscientização, não apenas para população, mas para o governo também. Não pode-se esperar que as manchetes tornem - se: "Chove o triplo do esperado para o mês inteiro" ou "Chove em um dia, o que deveria ter chovido o ano inteiro". E assim seguimos com teorias práticas e práticas utópicas.

*Fonte G1, 19 de março de 2013.