ORAÇÃO DA ÁGUA
O carro percorre a estrada que se estende à frente como uma imensa lagarta negra a contocerse sob o sol escaldante do sertão queimado vivo. As últimas reservas do precioso líquido não passa de poças de lama escura pisoteadas pelo gado moribundo. Carcaças de animais repousam seus ossos brancos no chão empoeirado, ressequido, esquecido pelos deuses da chuva, mas lembrado pelos da estiagem. Falando assim, o tom até parece um tom pagão, politeísta, desesperado. Mas a questão não é religiosa, senão os apelos e orações já teriam tocado o coração de Deus. Entretanto, Deus manifesta-se de várias maneiras, então, a seca pode ser compreendida como sua vontade e manifestação. O perigo de se pensar assim reside no fato de estarmos pensando ingenuamente. Este tipo de comportamento é apreciado por uma classe especial que geralente está no poder.
Enquanto isso, o céu aqui na terra, repleto de anjos engravatados, deliberam sobre o sofrimento do homem do sertão. A falácia é sempre a mesma, as necessidades são sempre iguais e as ações nunca passam de medidas paliativas. Uma imensa "pipa" de discussões pelo melhor pedaço. A falta de chuvas, ou a irregularidade destas precipitações, é o vilão marcante. As verbas nunca são suficientes e somem tão depressa como o sereno da noite, que momentaneamente trás algum alento para o calor infernal do dia. No amanhecer, a repetição de tudo. Este alvorecer também devolve a renovação da esperança por dias melhores vindo de um céu escuro.
As necessidades e o sofrimento desse povo sertanejo vem se arrastando há tempos, muito tempo! Sofrimento de muitos, farra de poucos. A indústria da seca não fecha às portas, não pede concordata, está sempre produzindo miséria e riqueza ao mesmo tempo. Acho que está na hora do Gerente Geral tomar uma atitude definitiva, sem ofensas, sem arrogância, mas dá um basta nesse inferno mantido pelos interesses de um grupo minoritário. Que Deus se manisfeste então em água, banhando o sofrimento, lavando as esperanças, enchendo de luz e verde o campo, iluminando o olhar do homem do campo, que festejando com alegria incontida a presença absoluta de Deus, deixa escorrer a lágrima de agradecimento jorrada de seu coração! Que seja feita a sua vontade. Que as águas do Santo São Francisco, obrem o milagre há muito prometido e amenize a sede dessa terra tão sofrida e amada do meu nordeste.
O carro percorre a estrada que se estende à frente como uma imensa lagarta negra a contocerse sob o sol escaldante do sertão queimado vivo. As últimas reservas do precioso líquido não passa de poças de lama escura pisoteadas pelo gado moribundo. Carcaças de animais repousam seus ossos brancos no chão empoeirado, ressequido, esquecido pelos deuses da chuva, mas lembrado pelos da estiagem. Falando assim, o tom até parece um tom pagão, politeísta, desesperado. Mas a questão não é religiosa, senão os apelos e orações já teriam tocado o coração de Deus. Entretanto, Deus manifesta-se de várias maneiras, então, a seca pode ser compreendida como sua vontade e manifestação. O perigo de se pensar assim reside no fato de estarmos pensando ingenuamente. Este tipo de comportamento é apreciado por uma classe especial que geralente está no poder.
Enquanto isso, o céu aqui na terra, repleto de anjos engravatados, deliberam sobre o sofrimento do homem do sertão. A falácia é sempre a mesma, as necessidades são sempre iguais e as ações nunca passam de medidas paliativas. Uma imensa "pipa" de discussões pelo melhor pedaço. A falta de chuvas, ou a irregularidade destas precipitações, é o vilão marcante. As verbas nunca são suficientes e somem tão depressa como o sereno da noite, que momentaneamente trás algum alento para o calor infernal do dia. No amanhecer, a repetição de tudo. Este alvorecer também devolve a renovação da esperança por dias melhores vindo de um céu escuro.
As necessidades e o sofrimento desse povo sertanejo vem se arrastando há tempos, muito tempo! Sofrimento de muitos, farra de poucos. A indústria da seca não fecha às portas, não pede concordata, está sempre produzindo miséria e riqueza ao mesmo tempo. Acho que está na hora do Gerente Geral tomar uma atitude definitiva, sem ofensas, sem arrogância, mas dá um basta nesse inferno mantido pelos interesses de um grupo minoritário. Que Deus se manisfeste então em água, banhando o sofrimento, lavando as esperanças, enchendo de luz e verde o campo, iluminando o olhar do homem do campo, que festejando com alegria incontida a presença absoluta de Deus, deixa escorrer a lágrima de agradecimento jorrada de seu coração! Que seja feita a sua vontade. Que as águas do Santo São Francisco, obrem o milagre há muito prometido e amenize a sede dessa terra tão sofrida e amada do meu nordeste.