ORIGEM DA ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO.

Mantra vem do sânscrito, língua morta. MAN quer dizer “MENTE”, e TRA significando “LIBERDADE”.

Mantra é fusão de sons transcendentais libertadores de nossas aflições, da corrida ansiosa em que vive a modernidade.

Estamos vivendo momentos de ressurgimento franciscano. São sons de alerta como a oração atribuída a São Francisco que faz a insanidade da corrida material parar para refletir. Não importa a origem da oração, se do Santo de Assis ou não, vale seu riquíssimo conteúdo, mas não custa conhecer a história.

Esse canto, mantra envolvente, leva aos caminhos da bondade ensinada por Cristo, é conhecida como "Oração da Paz".

Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.

Onde houver discórdia, que eu leve a união.

Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.

Onde houver erro, que eu leve a verdade.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança.

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:

consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe.

É perdoando que se é perdoado.

E é morrendo que se vive para a vida eterna.

Originalmente surgiu como abaixo o texto em 1912 em retraída e desimportante revista devocional francesa.

Belle prière à faire pendant la Messe:

Seigneur, faites de moi un instrument de votre paix.

Là où il y a de la haine, que je mette l’amour.

Là où il y a l’offense, que je mette le pardon.

Là où il y a la discorde, que je mette l’union.

Là où il y a l’erreur, que je mette la vérité.

Là où il y a le doute, que je mette la foi.

Là où il y a le désespoir, que je mette l’espérance.

Là où il y a les ténèbres, que je mette votre lumière.

Là où il y a la tristesse, que je mette la joie.

Ô Maître, que je ne cherche pas tant à être consolé qu’à consoler, à être compris qu’à comprendre, à être aimé qu’à aimer, car c’est en donnant qu’on reçoit, c’est en s’oubliant qu’on trouve, c’est en pardonnant qu’on est pardonné, c’est en mourant qu’on ressuscite à l’éternelle vie.

La Clochette, n° 12, dec. 1912, p. 285.

Digressão histórica em pesquisa feita por Christian Renoux, destaca nada remontar além de 1912, data de seu surgimento pela primeira vez. E veio à publicidade anonimamente. É apócrifa sem rastreamento histórico possível que leve à autoria de Francisco de Assis, São Francisco.

Somente em 1916, publicada na Santa Sé pelo L’Osservatore Romano, ficou conhecida no mundo.

Christian Renoux é doutor em história moderna e conferencista da universidade de Angers na França.É um ativista da não-violência.

Pertence ao Movimento Internacional da Reconciliação, e corredator dos Cahiers de la Réconciliation. Pondo em ação todos os recursos da pesquisa histórica, ele consegue mostrar como, pouco depois de sua publicação, em 1912, esta oração não tem cessado de seduzir, no mundo inteiro, homens e mulheres devotados à causa da paz.

Ele prova que São Francisco de Assis não é o seu autor, pelo simples fato de não estar em suas produções esse texto ou mesmo qualquer documento até inícios do século XX.

Padre Willibrord - em livro abordando o tema - diz que a atribuição (gratuita) ao Santo de Assis não importa. “Embora ele não a tenha escrito, nem em latim nem em úmbrio, a oração lhe foi atribuída porque se parece com ele”.

Christian Renoux pesquisou os escritos de São Francisco de Assis, morto em 1226. Pesquisou os poucos textos manuscritos da época do Santo, as edições impressas, as edições críticas, as fontes franciscanas, os estudos modernos sobre São Francisco... e a conclusão se impõe, absolutamente clara: São Francisco de Assis não é o seu autor.

Como então a oração lhe tem sido constantemente atribuída?

Renoux indica a origem moderna da oração, como se disse, que aparece primeiramente na revista La Clochette, editada em Paris, no número de dezembro de 1912. Padre Bouquerel (1855-1923) a publicou, sem nome de autor e sem atribuí-la a São Francisco, com o título : “Uma bela oração para fazer durante a Missa”.

A documentação pessoal do Padre Bouquerel, um fino literato, foi perdida, assim, não há o possível rascunho desse texto.

“Ó Mestre, fazei que eu procure mais:

...compreender, que ser compreendido;”.

É o bastante para mudar o convívio da humanidade, e se é atribuída pela igreja a São Francisco e hoje tem mais repercussão é por assim querer Cristo.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/03/2013
Reeditado em 04/04/2013
Código do texto: T4193406
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