AMENIDADES E PROFUNDIDADES
Por Carlos Sena
Uma boa prosa para um domingo é sempre falar amenidades, desde que sejam aquelas que no fundo são profundidades. Falar de cidades grandes, pequenas, adiantadas, atrasadas, no meu entender é amenidade. Coisas como internet, facebook, computador, tabletes, celular, controle remoto, Led, Lcd, HDMI, Skype, notebook, aplicativos, androide, etc., confesso que já fizeram medo a muita gente. Não o medo tipo susto. Mas, o medo de não saber até onde tudo isso pode levar a humanidade. A rigor, poucos sabem compreender como a internet se fez rede – suas conexões, sua tecnologia, sua relação com os satélites colocados no espaço. Sequer muita gente sabe que as viagens a lua tiveram muita participação nessas descobertas e invenções. Pois bem: com essa parafernália toda já no domínio das nossas vidas, a gente vai, aos pouquinhos deixando de ter “medo” delas... Grosso modo a gente vai percebendo que as pessoas não se melhoraram enquanto gente (deve haver exceções) depois desse domínio nanotecnológico ou apena tecno, mas sem lógica. De repente a gente se imiscuiu num mundo de informações mil e continuamos a nos comunicar péssimo. Há quem confunda unir com reunir. Essas tecnologias proporcionam isso: as pessoas ficam reunidas em função de um aparelho, de um chamado da mídia, de uma notícia no facebook, mas não ficam unidas pelo gênero do humano que todos deveríamos ter e exercer na prática. Nesse bojo, a solidão tá aí matando devagarzinho; a indiferença com o próximo; o “salve-se quem puder” tão a nossa vista; as relações interesseiras; até mesmo a desfaçatez está tomando forma, principalmente nas organizações públicas e privadas, em nome do dinheiro, dos interesses do capital. O dia a dia das pessoas tem sido quase que normatizado pelas redes sociais e até o sexo já se faz em “CAM”...
Sabendo que nada substitui o encontro, o “olho no olho”, o carinho, o respeito, a ética das relações, entendo que o mundo de hoje não é pra temer a tecnologia que, confesso, assusta de tão evoluída. O que mais mete medo hoje é andar nas ruas e ver todos com medo de todos. As famílias trancafiadas cada um no seu quarto diante de São Computador. Hora do almoço reunida com a família é quase que um sonho hoje em dia. Pais terem voz ativa pros filhos é uma raridade. Filhos tem celulares, roupa de grife, andam com fone de ouvido, e concomitante, respondendo mensagens das redes sociais. Respeito aos mais velhos, aos professores, aos superiores, etc., isso é quase inexistente. Nas repartições públicas se trabalha primeiro vendo as redes sociais para depois ver o que se pode fazer por ofício que dignifique salário no final do mês.
Por isso, neste domingo falar de amenidades é um pouco de falar dessas profundidades que são as pessoas. Dessas temos tido medo. No geral, a gente tem enfrentado diariamente o jogo entre as pessoas. Jogo de interesse, de sedução, de puxação de tapetes. Hoje, no geral, as pessoas sorriem sem querer sorrir, dizem sim em vez de não e, quando não, dificilmente dizem sim de verdade...
Por Carlos Sena
Uma boa prosa para um domingo é sempre falar amenidades, desde que sejam aquelas que no fundo são profundidades. Falar de cidades grandes, pequenas, adiantadas, atrasadas, no meu entender é amenidade. Coisas como internet, facebook, computador, tabletes, celular, controle remoto, Led, Lcd, HDMI, Skype, notebook, aplicativos, androide, etc., confesso que já fizeram medo a muita gente. Não o medo tipo susto. Mas, o medo de não saber até onde tudo isso pode levar a humanidade. A rigor, poucos sabem compreender como a internet se fez rede – suas conexões, sua tecnologia, sua relação com os satélites colocados no espaço. Sequer muita gente sabe que as viagens a lua tiveram muita participação nessas descobertas e invenções. Pois bem: com essa parafernália toda já no domínio das nossas vidas, a gente vai, aos pouquinhos deixando de ter “medo” delas... Grosso modo a gente vai percebendo que as pessoas não se melhoraram enquanto gente (deve haver exceções) depois desse domínio nanotecnológico ou apena tecno, mas sem lógica. De repente a gente se imiscuiu num mundo de informações mil e continuamos a nos comunicar péssimo. Há quem confunda unir com reunir. Essas tecnologias proporcionam isso: as pessoas ficam reunidas em função de um aparelho, de um chamado da mídia, de uma notícia no facebook, mas não ficam unidas pelo gênero do humano que todos deveríamos ter e exercer na prática. Nesse bojo, a solidão tá aí matando devagarzinho; a indiferença com o próximo; o “salve-se quem puder” tão a nossa vista; as relações interesseiras; até mesmo a desfaçatez está tomando forma, principalmente nas organizações públicas e privadas, em nome do dinheiro, dos interesses do capital. O dia a dia das pessoas tem sido quase que normatizado pelas redes sociais e até o sexo já se faz em “CAM”...
Sabendo que nada substitui o encontro, o “olho no olho”, o carinho, o respeito, a ética das relações, entendo que o mundo de hoje não é pra temer a tecnologia que, confesso, assusta de tão evoluída. O que mais mete medo hoje é andar nas ruas e ver todos com medo de todos. As famílias trancafiadas cada um no seu quarto diante de São Computador. Hora do almoço reunida com a família é quase que um sonho hoje em dia. Pais terem voz ativa pros filhos é uma raridade. Filhos tem celulares, roupa de grife, andam com fone de ouvido, e concomitante, respondendo mensagens das redes sociais. Respeito aos mais velhos, aos professores, aos superiores, etc., isso é quase inexistente. Nas repartições públicas se trabalha primeiro vendo as redes sociais para depois ver o que se pode fazer por ofício que dignifique salário no final do mês.
Por isso, neste domingo falar de amenidades é um pouco de falar dessas profundidades que são as pessoas. Dessas temos tido medo. No geral, a gente tem enfrentado diariamente o jogo entre as pessoas. Jogo de interesse, de sedução, de puxação de tapetes. Hoje, no geral, as pessoas sorriem sem querer sorrir, dizem sim em vez de não e, quando não, dificilmente dizem sim de verdade...