Estações

Estações

Há como eu sinto saudades!

Em um dia me deparei com o despertar

Doce ilusão acordar para a vida

Que tristeza perceber que a vida passou

Entre trilhos a vida corre doce mentira de uma

Escada sem fim, a força que me guia é a

Certezas das provações vindouras

Pesados passos traço em duas linhas dolorosas

Os sonhos sobre os dormentes de ferro

As verdades sob a grande fornalha o sol

A proteção cinco dedos machucados

Das pedras brotam os verdes frutos deixados de época já riscada

Pequenas vidas que abrilhantam mais meu andar

Não são flores que vejo florescer é a vida na sua

Essência primordial catalogada no santo livro

Tão grande o maná que alimenta seres

São do seio da mãe terra no grande vaso do trilhar.

A viagem é certeira.

As estações nosso despertar.

Em que estação entrar?

Em que estação parar?

Nos bancos vejo almas em luta

Nos corredores vejo jovens almas novas

E o cobrador passa e exige que validem suas vidas

Perfurando projetos fracassados de senhores feudais

A fumaça cobre os vagões e dali arranca murmúrios furtivos

de bocas secas por não dizer nada!

O dia se faz noite, curto período, onde a montanha é transpassada,

sim a velha senhora sente, por um breve momento, mãe do tempo.

O sufoco da luz, tira o grito dos pulmões de aço, da velha maquina.

Alto apito, que sacode e Poe no prumo, as vitimas sonolentas.

Olhos buscam o choro da garganta, sedenta por vida!

A boca sem saber procura o liquido vital, seguida por um sorriso angelical,

Vida dando vida, que espanta a ave negra

A arma é a vontade de viver, mesmo sem saber, em que estação parar.

Todos seguem, sem perceber, que os trilhos são cada um que faz.

Com o que tem, e adquire nesta vida!

Luiz Eduardo Andrade