MEUS 40...
ai de mim!
começo essa pequena crônica com este lamento grego.
não está sendo fácil para mim chegar aos 40, pois a despeito de tantos janeiros, a maturidade não me preserva de cometer infantilidades. talvez porque não fiz todas as bobagens que deveria ter cometido outrora na infancia e juventude, e ficaram acumuladas para o presente, servindo apenas para que a minha pessoa "pague alguns micos".
entrei no que as pessoas chamam de "A idade do condor". e alguns brincam fazendo trocadilhos, dizendo que é a idade em que ficamos "com dor aqui, com dor ali..."
trocadilhos à parte, estou com vários sintomas de desgaste mental. apesar de procurar conservar o meu "corpitcho" me tornando abstênio, e pela obstinência por hábitos saudáveis, me tornei estatística ao entrar para o quadro de absenteísmo que assola as relações empregado-empregador.
parece que a idade do condor coincide com a idade dos atestados médicos.
Eu que nunca precisei de um para justificar minhas ausências, pois raramente adoecia, (não que eu tenha trabalhado tanto) engrosso o contigente dos que precisam se ausentar do local do seu ganha-pão, para procurar o profissional de saúde, em busca de um lenitivo para males que nessa idade se tornam crônicos, frutos talvez de LER, lesão por esforço repetitivo, ou algum mal da infância que não foi resolvido. enfim, sintomas mil, que não cabe a mim enumerá-los, para que não venha a ser enfadonha para quem lê essas malfadadas linhas.
Não sei quem foi o rebento da genitora que labuta em prostíbulo que disse a frase: " a vida começa aos 40", pois pra mim é apenas o a transição para a meia-idade(não conheço muitas pessoas com 100 anos). O desafio é chegar aos 50 com qualidade de vida, quase uma proeza.
Bom, fica a moral dessa crônica: cometa todas as bobagens na juventude, para não cometer erros na velhice, e não fazer papel ridículo, já que a maturidade é o periodo para refletir os erros cometidos em antanho, ou se corre o risco de se parecer um retardado.