Os dois Franciscos
A pergunta correu o mundo, logo após o Vaticano anunciar a escolha do sucessor de Bento 16: afinal, em qual dos dois Franciscos o cardeal Jorge Mario Bergoglio se inspirara, no momento em que decidiu chamar-se Papa Francisco? Francisco de Assis ou Francisco Xavier?
A indagação era pertinente: o Cardeal Bergoglio, como Francisco Xavier, é jesuíta.
Os vaticanistas, e porta-vozes respeitadíssimos da Santa Sé cuidaram de dirimir imediatamente a dúvida, assegurando que, no Pobrezinho de Assis, o cardeal Bergolio se inspirara para escolher o seu nome como papa.
Vejam. Em um dos momentos em que a televisão mostrou a chaminé da Capela Sistina, bem antes da fumaça branca ganhar o céu do mundo, sobre ela, de repente, pousou uma linda gaivota.
Vendo a gaivota, lembrei-me de Francisco de Assis, o amigo dos pássaros, ouvindo do belo crucifixo de São Damião: "Francisco, vai, e reconstroi a minha Igreja, em ruína." Fiquei arrupiado, mas não contei nada a ninguém.
Francisco Xavier, o jesuíta.
Há mais de meio século, moro em Salvador. Aqui, os filhos de Loyola, deixaram marcas indeléveis de sua passagem pela Boa Terra.
As igrejas jesuíticas espalhadas pela encantadora capital dos baianos contam essa história.
A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, por exemplo, guarda, na sua nave, o púlpito onde o Padre Antônio Vieira pronunciou o célebre sermão "Pelo bom uso das armas de Portugal contra os Holandeses."
Nessa sua inflamada homilia, entre outras coisas, disse Vieira : "Ainda que nós somos pecadores, Deus meu, vós haveis de ser hoje o arrependido..."
Contam os livros, que, em duas oportunidades, os salvadorenses, para se livrarem, primeiro da febre amarela (1686) e depois da cólera (1855), recorreram a São Francisco Xavier.
O santo jesuíta teria livrado os soteropolitanos das duas epidemias.
E os políticos da época não hesitaram em elegê-lo padroeiro da capital baiana. Mas ele só foi oficialmente reconhecido com protetor da cidade em 1953, pelo Papa Pio 12.
Francisco Xavier nasceu, na Espanha, no dia 7 de abril de 1506 e morreu, na China, no dia 3 de dezembro de 1552.
Foi beatificado pelo Papa Paulo V, em 25 de outubro de 1619; e canonizado pelo Papa Gregório 15, em 12 de março de 1622.
Vale a pena conhecer a biografia desse jesuíta que se sobressaiu como um missionário evangelizador, ao lado do seu amigo Inácio de Loyola.
Francisco de Assis. Jorge Mario Bergoglio, sabedor de que a barca de Pedro, no momento, navega em "mares tempestuosos", sabiamente procurou Francisco de Assis e não Francisco Xavier, na certeza de que o Poverello melhor o ajudará na reconstrução da (sua) Igreja.
Como um dos milhares de Chicos soltos pelo mundo afora, emocionei-me quando ouvi, do Cardeal Jean-Louis Tauran, que o novo papa se chamaria Francisco. O Papa é meu xará.
A pergunta correu o mundo, logo após o Vaticano anunciar a escolha do sucessor de Bento 16: afinal, em qual dos dois Franciscos o cardeal Jorge Mario Bergoglio se inspirara, no momento em que decidiu chamar-se Papa Francisco? Francisco de Assis ou Francisco Xavier?
A indagação era pertinente: o Cardeal Bergoglio, como Francisco Xavier, é jesuíta.
Os vaticanistas, e porta-vozes respeitadíssimos da Santa Sé cuidaram de dirimir imediatamente a dúvida, assegurando que, no Pobrezinho de Assis, o cardeal Bergolio se inspirara para escolher o seu nome como papa.
Vejam. Em um dos momentos em que a televisão mostrou a chaminé da Capela Sistina, bem antes da fumaça branca ganhar o céu do mundo, sobre ela, de repente, pousou uma linda gaivota.
Vendo a gaivota, lembrei-me de Francisco de Assis, o amigo dos pássaros, ouvindo do belo crucifixo de São Damião: "Francisco, vai, e reconstroi a minha Igreja, em ruína." Fiquei arrupiado, mas não contei nada a ninguém.
Francisco Xavier, o jesuíta.
Há mais de meio século, moro em Salvador. Aqui, os filhos de Loyola, deixaram marcas indeléveis de sua passagem pela Boa Terra.
As igrejas jesuíticas espalhadas pela encantadora capital dos baianos contam essa história.
A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, por exemplo, guarda, na sua nave, o púlpito onde o Padre Antônio Vieira pronunciou o célebre sermão "Pelo bom uso das armas de Portugal contra os Holandeses."
Nessa sua inflamada homilia, entre outras coisas, disse Vieira : "Ainda que nós somos pecadores, Deus meu, vós haveis de ser hoje o arrependido..."
Contam os livros, que, em duas oportunidades, os salvadorenses, para se livrarem, primeiro da febre amarela (1686) e depois da cólera (1855), recorreram a São Francisco Xavier.
O santo jesuíta teria livrado os soteropolitanos das duas epidemias.
E os políticos da época não hesitaram em elegê-lo padroeiro da capital baiana. Mas ele só foi oficialmente reconhecido com protetor da cidade em 1953, pelo Papa Pio 12.
Francisco Xavier nasceu, na Espanha, no dia 7 de abril de 1506 e morreu, na China, no dia 3 de dezembro de 1552.
Foi beatificado pelo Papa Paulo V, em 25 de outubro de 1619; e canonizado pelo Papa Gregório 15, em 12 de março de 1622.
Vale a pena conhecer a biografia desse jesuíta que se sobressaiu como um missionário evangelizador, ao lado do seu amigo Inácio de Loyola.
Francisco de Assis. Jorge Mario Bergoglio, sabedor de que a barca de Pedro, no momento, navega em "mares tempestuosos", sabiamente procurou Francisco de Assis e não Francisco Xavier, na certeza de que o Poverello melhor o ajudará na reconstrução da (sua) Igreja.
Como um dos milhares de Chicos soltos pelo mundo afora, emocionei-me quando ouvi, do Cardeal Jean-Louis Tauran, que o novo papa se chamaria Francisco. O Papa é meu xará.