TODO DIA É DIA DE POESIA

Outro dia arrumando uma gaveta encontrei um papel dobrado, amarelado pelo tempo, as letras já desbotadas, mas deu para reconhecer ali, alguns versos, que eu escrevi.
Não tem data o papel, mas creio que foi logo que minha mãe morreu. Eu tinha então onze anos e meio. 
Eram linhas de saudade, um sentimento de profunda solidão havia naqueles simples versinhos.
Hoje, quando tomei conhecimento que o dia é comemorado como sendo da "Poesia", pensei: ah, poesia não precisa de data especial, ela brota de nossa alma, seja em momentos de paz ou ansiedade, de alegria ou tristeza. Estejamos amando ou sofrendo por amor, com saudade ou na companhia de nossos queridos, tudo é motivo para a emoção fluir em forma de versos, resultando num poema, que pode não ter rima, ou métrica, mas será sempre o resultado dos sentimentos que estão na alma do escritor, naquele momento.
Os versinhos simples, que achei em meus guardados diziam a quantas ia meu coração naqueles tristes dias de luto. Contavam da alma de uma menina que sofria de saudade de sua mãe.
Os singelos versos, traduziam a emoção daquele momento. Simplórios pra quem os lessem, mas ricos em sentimentos para a menina, que neles depositou um pouco da sua dor, fazendo assim uma catarse, que com certeza aliviou um pouco de sua imensa saudade.
Aqui transcrevo os simples versinhos:
Mãe você teve que ir
Mas tenho saudade de sua voz
Nem pude vê-la partir
A mim só restou chorar a sós.

Minha eterna gratidão a poesia, uma grande companheira em minha vida.

(foto da autora- Central Park)


Lenapena
Enviado por Lenapena em 14/03/2013
Reeditado em 14/03/2013
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