Doutor Coruja
Tenho olhos de coruja para observar o que há e asas de pardal para voar de qualquer lugar que queira me prender. Posso ser passarinho vadio, mas sou também coruja de olhos bem abertos, sei quando o vento sopra liberdade e quando o mesmo vento cobra pertencimento.
Não pertenço a nada, exceto ao céu. Por isso, vou voando de galho em galho. Não é que não tenha casa, ninho eu tenho; é que apenas desconfio do que se esconde atrás dos troncos.
Já fui capturado antes e sei a dor que ainda sinto, se fosse para ficar no chão, eu teria nascido planta e não passarinho, por isso, não me cobre, pois raiz é algo que eu não tenho.