QUANTO CUSTA ESTAR VIVO
 
 
Em nossas vidas tudo tem preço. Refiro-me ao preço que temos que pagar por cada posicionamento que tomamos na vida. Por querer algo que acreditamos ser bom para nós. Para cada um posicionamento que tomamos sempre haverá um preço a ser pago. Se comemos demais, seremos gordos; se dormimos demais, perderemos a hora; se formos desleixados, não chegaremos a lugar algum; se formos sinceros demais, ficaremos sozinhos no mundo ... Ou inversamente, se também decidirmos ser de menos. Na vida sempre deveríamos ser uma espécie de 50% e 50%, um meio termo. Mas como ser meio termo? Alguém poderia dizer que para sermos assim temos que ter “jogo de cintura”, termos uma medida para cada situação. Se assim for, podemos dizer que vivemos sobre uma corda, isso mesmo, uma corda bamba.
Se para tudo pagamos um preço, então podemos afirmar que na vida a soma de todos esses valores nos dirá o real valor da vida, quanto custa estar vivo.
Se formos egoístas e digamos assim, “chutarmos o pau da barraca” também sofreremos as consequências imediatas da nossa posição, logo se deduz que é melhor irmos devagar, para podermos viver e deixar o outro viver, ou certamente lá vem o preço que pagaremos por nosso posicionamento.
A vida é uma luta diária, incessante, as vezes dura, mas ao final sempre maravilhosa, porque a luta é proveniente do seu posicionamento, da sua forma de querer ser, das suas vontades, do seu objetivo na vida e, portanto, deverá pagar um preço, seja ele barato ou caro, não importa, sempre terá um valor.
Você já imaginou se tivesse tudo, todo dinheiro que precisasse, todos os bens, já tivesse conhecido o planeta inteiro, o que restaria pra você fazer? Nada! E sua vida não teria mais objetivo, porque admitindo-se ou não o ser humano sempre estará em busca de algo. Se hipoteticamente como dito você já tivesse tudo, mesmo assim estaria pagando o preço, teria uma vida sem um norte, viu como sempre haverá um preço?
Se para tudo pagamos um preço, então quem nos cobra esse valor? Agora a coisa ficou complicada! Mas arrisco dizer que a própria vida, ela a detentora do ar que respiramos, dos batimentos cardíacos, dos sentimentos que temos, dos valores que trazemos, de tudo aquilo que pensamos ser necessário para ela, a própria vida. A vida não é nossa, Deus nos deu para a usarmos por um certo período e logo retornará a Ele, não é assim que está escrito? Essa é uma regra em toda e qualquer religião, embora com diferentes deus.
Mas dificilmente nós pensamos no curto tempo da vida, é comum querermos visitar monumentos históricos pelo mundo, vermos como esse ou aquele povo viveu, e nem nos damos conta que muitos anos passaram. Certas vezes os cientistas dizem que foram milhões de anos, e nós quantos anos viveremos? Nem nos damos conta dos preços que pagamos para vivermos uma curta vida, um sopro de vida.
Você já se perguntou o preço que pagou pra chegar onde chegou? Se não chegou em canto nenhum não pagou preço algum, mas vamos imaginar que você tenha herdado tudo dos seus pais, uma maravilha, não pagou preço por nada, mas agora vai começar a pagar, o preço de ser rico é caro, seu posicionamento agora deverá ser mais comedido, bem pensado, ou você poderá perder o que herdou, viu como novamente lá vem o preço que temos que pagar? Não tem jeito, não tem onde se esconder, mesmo porque se assim decidisse viver estaria pagando um preço.
Mas então, quanto custa estar vivo? Custa caro ou barato? Muito ou pouco? Posso responder que estar vivo em primeiro lugar é uma concessão Divina, que nos deu a oportunidade de escolher em continuar vivo ou implorar pela morte, digo implorar porque muitos a procuram, noite e dia sem parar, até encontrá-la sorridente em sua frente, cobrando-lhe um preço que não tem como pagar, a não ser com a própria vida. O preço de estar vivo é barato em relação ao bem, como bem disse um inteligente padre: “quem quer mais do que lhe convém perde o que quer e o que tem.” Portanto, penso eu, o custo de estar vivo é você mesmo quem determina.