Que desastre
Falando em desastre, olha em que marafunda, uma mistura de não sei o que com (.....), coloquei dois pobres garotos.
Certo dia, que pela altura do sol, umas 11:00h, levei meu sobrinho Lucas de 14 anos e o meu filho Bill de 15 anos ao caminhão do PSIU para fazerem a Carteira de Identidade, era de graça, segundo minha mãe.
E o desastre?
Eis como mudar a vida de dois meio cidadãos, ainda em pleno início da adolescência.
O primeiro, o Lucas, o maior empinador de pipa do bairro. Ocupava-se em enfeitar nossos céus com suas enormes pipas coloridas, zelando mesmo em tosar algumas, cujas cores desentoassem com o azul esfumaçado do nosso céu.
O outro, o Bill, metido em roupas horrorosas, sobre seus patins, cortava com esmero e destreza as sinuosas e depressivas artérias do nosso bairro.
Enquanto aguardávamos a dita CI, numa fila demasiado grande para um simples e desburocratico PSIU, resolvemos aproveitar uma foto que sobraria, e fazer a Carteira de Trabalho. Matariamos dois coelhos de uma só cajadada.
Aliás, acho que realmente consegui.
Do caminhão, desciam os pobres garotos com as Carteiras de Trabalho nas mãos, no olhar uma incerteza!
O primeiro pensava: Uma pipa com essa cor azul, deve ficar linda no céu!
O outro:
Este documento é muito grande! Como vou andar com ele nos bolsos?
Só não atinaram para uma triste r nova realidade. Um deixou de ser o Lucas campeão de empinador de pipa, o Bill deixou de ser o campeão de patins!
Mudaram de categoria, acontecera com eles, o que os antropólogos chamam de "ritos de passagem". São agora, os mais novos membros de um grupo de milhões de brasileiros!
São os mais novos desempregados do Brasil!
Foi simples! Foi rápido! Foi num PSIU!