INTELIGÊNCIA.
Existem inteligências que fazem discurso do irrazoável com sutileza, preparo, sedução. Sinal de inteligência, patrimônio do dom que é embrionário, fruto do nascimento, e alimenta-se no curso da vida de ascensão que soma o patrimônio cultural-informativo. Outras por total insuficiência tropeçam nos próprios pés.
Conheço pessoas que leem uma frase e podem escrever vários livros sobre o tema, outras leem bibliotecas e escrevem coisas sofríveis.
Quando não se conhece onde pisamos fica difícil ver a pavimentação do caminho. Transita-se nele, porém com grande dificuldade. Assim o simples é complexo, o visível fica invisível, o próximo fica distante, e o pior, a razão veste a roupagem da desrazão pelo primarismo da conceituação.
Para Piaget o conhecimento é necessariamente resultado da interação entre sujeito e objeto. Esse processo modifica a construção desejável por não serem as mesmas inteligências que abordam um mesmo objeto.
Essa mutação de apreensão traz as grandes erronias. Mas algumas são propositais ainda que primárias, não têm condição de dar cores suaves ao entorno do objeto, pecam na forma e no fundo, falta inteligência até para ser sutil.
Maquiavel era duro com as qualificações, entendia existirem mentes que aprendiam sozinhas, outras somente ensinadas e outras ainda que não aprendiam nem ensinadas.
Estas estão entre aquelas que não conseguem encobrir o propósito da abordagem claudicante quanto ao objeto por verem o mesmo de uma forma que só a miopia do conhecimento articula, e a Inteligência desfavorece.
Não é pecado ter mais ou menos condições inteligenciais, a etiologia explica e autentica, o pecado é usar pouca inteligência para demonstrar muita inteligência que não existe.
É como uma arvoreta que pretende ser uma grande floresta de gigantescas árvores.