MULHERES (COMO SABÊ-LAS SE NÃO TÊ-LAS?)



Este título plagiei lá do dito popular sobre os filhos, que diz “filhos, filhos, como sabê-los se não tê-los” e que minha mãe sempre citava, quando nós, seus filhos, éramos todos crianças crescidas e incomodávamos mais que “saco de linho cheio de filhotes de macaco” (também dizia ela).


Mas dizendo das mulheres - afora toda graça e fascínio em que estão envoltas; afora toda dádiva que lhes foi concedida com o poder supremo da maternidade; afora todos os encantos decantados pelos poetas e os amantes; afora toda magia que atraí e enreda a nós homens – escondem tantos mistérios quantos grãos que formam a imensidão da areia da beira-mar.

Um desses tantos mistérios que cercam a alma feminina me intriga mais. Descarto todos os outros, pois, desisti há muito tempo de tentar entender e resolvi que melhor é aceitá-las e usufruir apenas da graça e dos demais predicados que me envolvem, me encantam, me enredam e me fazem refém.

Sim. Mistério que me tem consumido horas, dias, meses, anos talvez, na tentativa intrigante de entender. Raciocinem comigo e atire a primeira pedra na minha vidraça, quem puder me ajudar a esclarecer, que seja uma vírgula inicial.

Fazem anos, décadas, que as mulheres lutam pela igualdade de direitos perante os homens. E convenhamos que vêm conseguido grandes avanços e até diria que essa igualdade praticamente já foi conquistada, consolidada, salvo um ou outro detalhe. Faz parte dos tantos mistérios, no entanto, a sua luta por mais e mais. Por muito mais.

Até aí, tudo bem. Já conquistaram a igualdade e querem mais. Tudo bem. Que continuem lutando e conquistando mais e mais e mais e mais... Ótimo que assim seja. Assim, vão assumindo todas as taregas e responsabilidades, restando aos homens das próximas gerações, tão somente a benesse de usufruí-las. Queria viver muito mais para chegar nesse tempo.

Enquanto, contudo, lutam incessantemente pela igualmente, travam batalhas revindicando a manutenção das diferenças todas. Verdade. Querem continuar a ser vistas como o sexo frágil, que requer o zelo, o cuidado, o agrado, a proteção, as gentilezas todas dos homens. Enquanto brigam pela igualdade de condições, reclamam e sonham com a manutenção e exaltação das suas diferenças, que precisam ser consideradas e tratadas com a necessária relevância.

Minha mulher defende a instituição feminina, dizendo que as mulheres não são misteriosas. Os homens é que querem saber demais sobre elas. A ela já me rendi e nos permitimos absolutamente igualdade de condições, mas quem tem que abrir a porta do carro, mandar flores, tomar as iniciativas, descer a escada a sua frente, afastar a cadeira para ela sentar e outras coisas mais, sou eu, a quem ela adora chamar de seu homem.

Em momentos mais radicais, diz ela que realmente continua sendo a cabeça da família e que ela se contenta em ser apenas o pescoço. Abusada, não?

Por muitas e muitas vezes – para não dizer sempre – não entendo nem mesmo a minha mulher. Quanto mais as mulheres como um todo.

Eis o mistério da fé!!!!!!!!!!! Nas mulheres.


 
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 09/03/2013
Reeditado em 14/08/2015
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