A MINHA ÚLTIMA PARTIDA DE TENIS
A última partida de tênis
Na minha adolescência, quando estudante no colégio Coração de Jesus, pertencente à congregação das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, estimulada pelas minhas amigas que jogavam tênis, comecei na prática desse esporte, bastante animador.
Reconheço que nunca cheguei a ser uma GUGA do tênis, mas entusiasmada com o novo esporte, diariamente, reservava uma hora para brincar com minha raquete.
Depois de meu casamento, ainda conservei minha arma lúdica.
Com o nascimento dos dois primeiros filhos, Luciano e Marcello e quando já estavam em idade de ir para uma quadra de tênis, resolvi incentivá-los para me acompanhar nas partidas.
Através deles me sentia como se estivesse na quadra do Colégio Coração de Jesus e Lira Tênis Clube na minha querida terra natal, disputando, modéstia à parte, minhas partidinhas.
Fomos residir em Maringá e novamente surgiu para mim à oportunidade de voltar à quadra de tênis, com minha amiga Purificação Valente (Puri), esposa de Adriano Valente, naquela época Prefeito da cidade de Maringá.
Toda a tarde ia para o Maringá Clube, acompanhada de minha amiga Puri e meus dois filhos Luciano e Marcello, que em curto espaço de tempo, já estavam peritos no manuseio da raquete.
Mudamos de domicílio para Curitiba. Aqui recomeçamos nosso jogo de tênis, freqüentando a quadra do Clube curitibano e Santa MÔNICA Clube de Campo.
A esta altura já tive a felicidade de contar com a companhia de minhas duas filhas, Christianne e Roseanne, uma vez que meus filhos mais velhos Luciano e Marcello, já formavam seus próprios grupos.
Felizmente, aqui em Curitiba, consegui uma ótima companheira e amiga, Eliane Tramujas Karan, já expert no tênis, que com sua costumeira gentileza indicou-me na época o professor de nacionalidade Argentina, que orientava minhas filhas e eu. Assim podíamos ao menos rebater de maneira primária, as jogadas de Eliana, e tornando divertida e sadia nossa hora esportiva.
Minhas filhas cresceram e já haviam começado seus estudos superiores, novamente, minha raquete voltou para a prateleira.
Faz mais ou menos quatro anos.
Minha filha Christianne nesse tempo entusiasta pelo esporte sentiu a vontade de voltar a jogar e influenciada por amigas, contratou um professor de tênis do Clube Curitibano e marcou o dia para o início das aulas; e teve a delicadeza de convidar-me para que eu assistisse suas aulas.
Fiquei entusiasmada e não esperei novo convite.
No horário previsto fomos para o Clube Curitibano e eu é lógico, também devidamente uniformizada, na esperança de que se a oportunidade aparecesse também poderia ter a minha aulinha, mesmo com a reprovação do Sr.Salomon, alegando que eu já havia passado dos meus 30 anos de idade.
Para mim, até hoje, felizmente ignoro idade biológica, pois quando estamos desejosos de qualquer realização, nossa idade para no tempo e espaço.
Pois muito bem! No caminho para o Clube, alertei minha filha que há algum tempo não jogávamos tênis e recomendei: Pelo tempo decorrido, talvez não fosse tão fácil rebater todas as bolas, mas que não se preocupasse que na 2ª aula, já estaria novamente em forma.
Começou a aula e minha filha saiu-se muito bem.
Foi, então que vendo a desenvoltura dela pensei: se está jogando certo eu não devo estar tão ruim assim!...
Terminada a aula, e como ela havia falado ao professor que eu também havia jogado tênis, veio logo em seguida o convite para eu começar a jogar um pouco.
Não titubeei e entrei na quadra.
Ia indo muito bem, batendo as bolas e o professor cada vez dificultava as jogadas e eu firme, procurava rebatê-las.
Já havia passado meia hora de jogo, e não sei como aconteceu...para defender uma jogada no fundo da quadra bati com o calcanhar direito no esquerdo, e puff, caí direto no chão, fraturando o punho e trincando o úmero do braço esquerdo.
Não consegui levantar de imediato e senti que algo de grave tinha acontecido.
Foi, então, que me lembrei das palavras do sr.Salomon, fazendo referência da minha idade, e que eu já havia passado dos meus 30 aninhos, para voltar a uma quadra de tênis. Acho que por segundos refleti no que ele havia dito e analisei o que estariam pensando aquelas pessoas que lá se encontravam: Ela deve ter tido um ataque cardíaco...!
Fomos rápido ao ortopedista e foi constatada as duas fraturas.
Adeus meu jogo de tênis!.. Entretanto, tenho o consolo de guardar com muita saudade, no meu baú de reminiscências que se encontra recheado de belas e inesquecíveis recordações:
A MINHA ÚLTIMA AULA DE TENIS... Página do meu livro
Quando florescem os /
Cafezais 2002