JARDIM DA SAUDADE

Em uma noite chuvosa, triste e solitária refletia sobre a vida, morte, saudade e o que considero injustiças da vida.

Logo as lembranças me tomaram a mente, momentos inesquecíveis passavam como um filme, e a saudade instalada em meu peito, me fez chorar em meio a melancolia.

Balbuciava seu nome, que ecoava nas paredes vazias da solidão.

Cheguei a pensar que a dor me sufocaria.

Ou que Deus, comovido com meu pranto, pudesse me levar, para junto dela.

Entender que, cada um de nós tem uma missão a cumprir nesta vida, e que a morte é consequência, se torna incompreensível, quando se perde um dos pilares da existência.

Tentava conter as lágrimas quando me surpreendi com um feixe de luz, na parede a minha direita, a medida que me aproximava, seu brilho se intensificava.

A visão turva, não me permitia enxergar perfeitamente o que se formava na luz.

Quando cheguei bem próxima, um forte clarão me obrigou apertar as pálpebras.

Quando tornei a ver, estava em uma espécie de jardim, com gramado tão verdinho que nem parecia natural.

Apesar de não ter visto o sol, o dia estava bem claro, o clima agradável e corria uma brisa refrescante.

As flores, possuiam um delicioso aroma indescritível, as árvores eram altas, de forma nunca vista.

Havia um canteiro florido,ao redor de um lindo laguinho, de águas límpidas e harmoniosas.

Admirava a beleza quando alguém se aproximou.

Ela vestia um longo vestido claro, que me parecia seda, o sorriso adorável era familiar, aquele rosto tão conhecido por mim, me observava atentamente com seu olhar sereno.

Estendeu os braços, e dei-lhe um abraço longo e apertado.

Ouvi sua voz ecoar em minha mente, dizendo que estará sempre comigo.

Falou sem mover um só músculo da face, e as palavras invadiram meu coração como bálsamo... Me deu paz!

Sentia-me protegida e acolhida... um afago na alma.

Novamente o forte clarão me cegou, e quando despertei, estava deitada em meu quarto.

Ainda sentia aquela paz em meu coração e a vibração e aconchego que a voz da minha avó me trouxe.

Confusa... não sabia se tudo foi real ou não passou de um sonho.

O fato é que, em meu quarto permanecia o aroma das flores, e um perfume doce e suave... Um perfume inigualável, perfume do carinho... O perfume da minha avó!

Seria a confirmação de sua breve presença?

Creio que sim!

Foi tudo tão rápido e tão intenso.

Ainda podia sentir a vibração de suas palavras em meu coração.

As lágrimas que rolavam pela face, eram gotas de felicidade, resultado de uma celebração interna, uma festa onde não cabiam palavras, apenas sentimentos.

No peito, guardei a promessa reconfortante de que sempre estará comigo.

E sei que assim será, nos momentos de aflição me dando forças, e me aplaudindo em silêncio a cada conquista.

Intercedendo por mim.

Minha avó querida, mãe em dobro!

Um anjo de bondade, recolhida por Deus para brilhar no céu... Brilha minha estrelinha!

Minha estrela guia, unida a mim por laços de amor eterno, nunca rompidos!

Quando enfim findar meus dias, espero com ela viver na eternidade,

Até lá me ameniza a saudade, saber que está por perto... Bem perto de mim.

Christinny Olivier
Enviado por Christinny Olivier em 08/03/2013
Reeditado em 22/04/2013
Código do texto: T4177040
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