A macumba

A MACUMBA

Pedro Pauletto

Em meados de 1965, um comerciante visionário, prevendo que o bairro Maracanã em Jarinu, seria um lugar de futuro, montou um armazém. Naquela época ali no bairro tinha somente algumas casas incluído a dele que era muito bem cuidada. Chegou entusiasmado para viver e sentir as delicias da nossa terra, trabalhou duro, pintou a casa de branco com grades de madeira e fez uma cerca viva de cipreste. Um de seus vizinhos, nas noites de sexta feira, bem em frente à sua casa na encruzilhada da Estrada de Campo Largo, deixa galinha preta, velas charutos azeite, pinga e etc. No sábado de manhã, um de seus filhos foi brincar e encontrou a macumba se deparando com maço de velas, fósforos e cachaça. Como todo menino levado, apanhou a caixa de fósforos, acendeu todas as velas e acabou pondo fogo na cerca viva. O fogo foi subindo... subindo... e o menino satisfeito batia palmas. Enquanto o fogo se alastrava o garoto viu a garrafa de cachaça aberta e tomou uns goles. Quando sua mãe percebeu o fogo, aos gritos pediu socorro aos empregados e com baldes de água no cipreste foram apagando o inicio de incêndio. E o menino?. Estava morrendo de rir, meio embriagado com a pinga oferecida aos exus de encruzilhada. A mãe e o pai sendo comerciantes não podiam brigar com o vizinho, mas o marido deixou uma placa no cruzamento. “Senhores Pai de Santo, por gentileza, risquem os fósforos, esparramem a pinga, pois seus despachos estão causando sérios transtornos, Obrigado moradores do bairro”

Pedro Pauletto
Enviado por danilos em 06/03/2013
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