A FUMACINHA DA DÚVIDA
Uma dúvida atroz, como fagulhas queima o cérebro. Chego a vislumbrar a fumacinha escapando pelos "canos de descarga". Bem dito: olhos, orelhas, nariz, boca. Que outros seriam?
A dúvida, não sei se pelo nome, não sei se pela guerra mental que provoca, é caracterizada sempre por duas opções opostas. Seria tão mais fácil se ela fosse uma! Mas, se uma fosse, não haveria dúvida! Acho que meus miolos, de tanto ferver, já estão derretendo e metendo os pés pelas mãos. Isso se mãos e pés tivessem!
Divagações à parte, acontece que a dúvida se traveste de duas maneiras. Ou é um caminho que se bifurca e nos deixa parados sem saber por qual deles seguir, do qual só iremos saber depois que um deles trilharmos e se o arrependimento vier poderemos, pelo menos, ter a certeza que erramos o caminho. A outra maneira é não termos dúvida ao escolher uma das bifurcações e depois de trilharmos mais da metade do caminho surgem pequenas dúvidas, filhotes talvez daquela que não tivemos no início. E essas, como macaquinhos peraltas, beliscam nossa mente e a inquietação se instala como coceira cultivada e mal coçada.
Estou no primeiro caso, ou seja, na bifurcação. Não consegui ainda uma decisão, penso demais e quero ficar o mais perto possível do acerto. Enquanto isso, vou misturando a fumacinha dos neurônios à fumaça do cigarro que, como uma idiota, ainda não larguei totalmente.