DESERTAR.

Não temos como desertar, a vida é para ser vivida como se apresenta.

Há o dia de nascer e o de morrer, nesse lapso vive-se em luta, com as forças possíveis a enfrentar as surpresas das lágrimas, mas também festas e alegrias.

A dor é sinônimo de viver, a aflição e as ameaças já enfraquecem. Por vezes há o aceno para o abandono, deixar a arena pródiga de ser e existir. Tudo decorre da compreensão de nossa estada e os destinos para a jornada que envolve cada um e sua missão.

Lembre-se, “ tens um longo caminho a percorrer”.

Viver dá trabalho.....

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"Recuperar forças.

Levanta-te e come, porque tens um longo caminho a percorrer.

Primeiro Livro dos Reis, cap. 19, vers. 7.

A meditação

Entre o medo de morrer e o medo de viver, o profeta Elias parte para o deserto. Ele se deita e adormece. Como ele, estamos fatigados por nossas lutas. Temos

necessidade de parar, de ficar afastados, necessidade de se distanciar para criar

um espaço para Deus. Esperamos por uma Palavra que possa nutrir nossa busca e nos permitir caminhar com confiança.

A tentação é grande de permanecer na tepidez, de se comprazer no sono preguiçoso, não aceitando nem a si mesmo, nem ao outro, nem a Deus. É por isto que o próprio Senhor vem nos despertar como o fez com Elias através de seu anjo: “Levanta-te e come, porque tens um longo caminho a percorrer”.

Mas onde encontrar o alimento? Em todas essas pepitas de vida que, ao nosso redor, têm o perfume e o sabor do amor, mais precioso que o ouro. E também, na Palavra de Deus que se partilha sem jamais se esgotar. Ela sacia os famintos pela verdade: contenta os apetites delicados, estimula os apetites convalescentes, cura os apetites deficientes.

Sobretudo temos o pão da eucaristia, transbordante de vida do Cristo ressuscitado, que nos faz adentrar na intimidade de Deus, alimento para nossa vida."