SEGREDO
Regina Zamora
Texto revisado por Marcia Mattoso
Ela me contou um segredo, quando jovem tinha um gênio de cão mas era leve, ingênua e muito sensível. Assim foi vivendo com uns "flashs" da sua história e que hoje penso: que glória!
Chegar até aqui, posso dizer, é uma grande vitória! Vocês nem imaginam o que ela guarda na sua memória...
Sua infância não era de criança, era vida de uma velha, pobre e doente, parecia um vegetal, criada por um doente mental. Abria a torneira para lavar o rosto e saia água enferrujada. Então vinha à lembrança, a sua juventude, o seu prelúdio.
De vison era o casaco que vestia, no dia em que a conheci. Ganhou de sua tia, que com ela dividia também seu dia a dia, não era nada fácil pois ela se prostituia.
Nossa! Que talento, que alegria, que perfume e que traje aquela mulher vestia para fantasiar a sua vida!
Quantos personagens ela viveu, quantas vidas ela se deu, para não encarar a sua!
Hoje ela é uma velha e vive como uma criança, esquecida das lembranças, vivendo o presente.
Ela me contou e eu preferiria nem saber. O que aquela mulher viveu e finge que se esqueceu, partiu o meu coração, ninguém imaginaria que alguém pudesse passar por tudo aquilo, nem mesmo um filme de drama ou de suspense, seria mais cruel, foi amargo como o fel mas ela ainda escolheu o mel.
E o seu segredo ficou guardado aqui no meu coração.
Chegar até aqui, posso dizer, é uma grande vitória! Vocês nem imaginam o que ela guarda na sua memória...
Sua infância não era de criança, era vida de uma velha, pobre e doente, parecia um vegetal, criada por um doente mental. Abria a torneira para lavar o rosto e saia água enferrujada. Então vinha à lembrança, a sua juventude, o seu prelúdio.
De vison era o casaco que vestia, no dia em que a conheci. Ganhou de sua tia, que com ela dividia também seu dia a dia, não era nada fácil pois ela se prostituia.
Nossa! Que talento, que alegria, que perfume e que traje aquela mulher vestia para fantasiar a sua vida!
Quantos personagens ela viveu, quantas vidas ela se deu, para não encarar a sua!
Hoje ela é uma velha e vive como uma criança, esquecida das lembranças, vivendo o presente.
Ela me contou e eu preferiria nem saber. O que aquela mulher viveu e finge que se esqueceu, partiu o meu coração, ninguém imaginaria que alguém pudesse passar por tudo aquilo, nem mesmo um filme de drama ou de suspense, seria mais cruel, foi amargo como o fel mas ela ainda escolheu o mel.
E o seu segredo ficou guardado aqui no meu coração.
Regina Zamora
Texto revisado por Marcia Mattoso