Sempre o  amor ...


Nós, humanos, temos a capacidade de não amar a todas as coisas, mas não somos capazes de escolher a quem amar. É tolice acreditar que somos autossuficientes a ponto de permitir que uma pessoa entre provisoriamente em nosso mundo, apenas para satisfazer uma vontade passageira.
Isso até pode acontecer, mas também pode ocorrer de perdermos as rédeas. Não há termo exato que defina as emoções e toda forma de afeto, jamais pode ser pensada como uma conveniência momentânea.

Não é tão simples segregar sentimentos, ainda mais se esses brotaram em nós inesperadamente. Predeterminar seu fim então, é impossível.

Não temos a chance de escolher o tempo de amar, tampouco estipular o tamanho desse amor. Igualmente não nos
é permitido elaborar estratégias. Não existe amor passível de ser programado. Os cientistas nos devem mais essa. Só há um tipo. Um inteiramente igual. Ele é ou não é, não há meio amor. E como não fornece garantia de felicidade eterna, provoca um temor incoercível no coração.


Contudo, existe um modo de administrar as ansiedades que o acompanham. Não, não é inteligência. É serenidade. Apagamos a luz ou   perdemos a vez se dela esquecemos. É aí que a máscara que nos protege cai. E tudo se complica. Quando o nosso coração se apossa da razão, tornamo-nos risíveis, porque ficamos descompassados. E sem encontrar explicações lógicas, observamos, paulatinamente, alguém invadir nosso corpo, nossa mente e nossa alma.

Ocorre  um estrago que não pode ser tratado, porque além de intraduzível, é invisível. Descobrimos nossa felicidade nas mãos do ser que amamos, só que esse tipo de constatação é um fato assustador, principalmente, quando estamos habituados a refletir, decidir e desistir. Um auê silencioso agora se mistura a nossa lucidez. E a cada dia nascemos diante da morte progressiva de nossas antigas concepções sobre como comandar nossos sentimentos.

Se antes nosso amor não concebia amarras, nem futuro distante, agora ele nos impede de imaginar o ser amado excluído do nosso minuto seguinte. Eis uma bomba silenciosa sobre nossa aturdida cabeça. Perigosa. Assustadora. O amor não perde uma. Ele chega e arrasa. Não nos dá ouvidos, ignora nossos pedidos, despreza nossas exigências.

E esse sentimento é uma das coisas mais lindas que um ser humano pode viver, mas por todos os correspondentes que traz consigo - das poesias às porcarias - produz uma grande arruaça íntima. 


Arruaça gigantesca. Arruaça necessária e bendita em toda vida. Então, viva ao amor! Amor que jamais alguém conseguiu definir com exatidão, mas apenas sentir e dele precisar. Amor que ilumina para sempre algumas épocas de nossas vidas. Amor que só quer mesmo nos fazer serenos para amar.
 


 

Rosa Raia
Enviado por Rosa Raia em 05/03/2013
Código do texto: T4172333
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