Pássachorro
Pretinho, um passachorro.
Tão pequenininho que fazia grandes coisas em nossos corações, até mesmo as visitas da casa se encantavam com tamanha peraltice bicando e comendo na mão de qualquer um.Seguia cada passada em casa e da porta da cozinha ficava admirando as folhas das árvores se balançando, ou com inveja dos pássaros que livre voavam por ai, pois ele ainda filhote nunca foi tão longe, mas sua gaiola nunca ficou fechada.Antes mesmo de cada um da casa acordar, pretinho já estava dando o ar da sua graça pela casa a fora e ao avistar os primeiros pés, corria, balançava as asinhas e assoviava pedindo café da manhã.Até gotículas de café ganhava junto as migalhas de pão e sucos e refri não deixou de provar, pois o sabidinho o que mais sabia é adoçar o nosso coração que não sabia dizer não.Pretinho...De ombro em ombro circulava pela casa, não podia ver um pé dando sopa que subia o mais rápido que podia.E toda noite, quando já passava da hora de dormir, mandava ir pra casa ele corria para o puleiro e a gaiola era coberta por um pano, pra ele dormir, mas de manhã nem precisava esperar o pano sair, ele saia e ia pra onde queria.Hoje terça feira , 05 de março de 2013, depois de colocar a minha filha no ônibus escolar, entrei em casa e fui retirar o pano que cobria a gaiola de pretinho, mas como sempre ele ja havia saído pra dar uns bordejo pela casa, normal, fiz um sinal o chamando achando que ele viria correndo balançando as asinhas. Procurei... Procurei e ele não veio de uma das passeadas na porta da cozinha, um gato maldito e malhado pegou o nosso pretinho, passachorro domesticado. Chorei, não há quem não se apegue a um passarinho tão esperto. Não sei o que dizer pra minha filha quando chegar da escola correndo pra pegá-lo no colo, acariciá-lo, beijá-lo e dar altas risadas. E depois de tanta busca, convence-me de que ele realmente não volta e falei a Natasha vai ficar muito triste, percebi que eu é quem estava com o coração partido.