LEMBREI-ME DO JOGO
Hoje, lembrei-me do tempo em que eu jogava bilhar. Eu gostava muito desse jogo. Estava me tornando muito bom nisso. Faz mais de dez anos que eu parei de jogar. Fiquei pensando que nunca devemos subestimar um adversário, principalmente quando o enfrentamos pela primeira vez. Não sabemos quais são as tacadas que ele sabe fazer. Não conhecemos a beleza ou feiura de suas tacadas. Como estratégia, podemos até parar para vermos o jogo do oponente. Não importa se ele ganha a primeira partida, visto que é uma estratégia nossa ver todo o jogo que ele tem. Não importa se, no primeiro dia de jogo com o opositor, somos nós que perdemos. Ele pode até rir de nós; não importa. O importante é a continuidade do jogo, do enfrentamento.
Se quisermos, é conveniente, na primeira partida, por estratégia, para enganarmos o adversário, escolher um taco meio feio, torto, com a ponta também torta. Pode-se, ainda, deixar a ponta do taco lisa, sem giz azul. O oponente pensará que não temos o mínimo de jeito ou habilidade para esse jogo, quando, na verdade, estamos apenas disfarçando, tentando mostrar a inabilidade que, com efeito, não temos. Pode-se, também, mostrar reverência ao opositor. Depois, ele aprenderá a não subestimar um jogador que já treinou bastante, durante vários anos. A surpresa mostrará a delícia de sabermos esperar. Aí podemos fazer aquelas brilhantes paradas do bolão. Podemos deixar o bolão onde quisermos. Mostraremos que temos o domínio do jogo.
É isso aí!
Ah! Eu jogava limpo. Um jogo limpo é agradável e digno de admiração.