SENTIMENTOS

Falar de sentimentos é algo complexo pois sentimentos a gente sente, não define. O máximo que podemos fazer é extravasá-los e, através do nosso agir, deixar ver nosso estado de espírito. Nem mesmo nossas reações frente a fatos ou pessoas levantam totalmente a cortina que os encobre. Tristeza, raiva, angústia, alegria e dor, cada um reage a seu modo. Sentimento é algo singular, é próprio, é individual e, portanto, dificilmente conseguimos compartilhá-lho na íntegra. Quando muito demonstramos o que está na superfície, porque aquilo que está nas profundezas é, quase sempre, indevassável. Vivemos nosso mundo interior em batalha constante com as sensações que a vida construiu dentro de nós. O que vivemos, as experiências boas ou más, aderem à nossa personalidade e acionam nossas reações quando somos instigados, ou não, por algum acontecimento exterior.

Se o sentimento nasce na alma, depositária de nossas vivências anteriores, carregamos estados pessoais que a nós cabe descobrir e tentar saná-los, sozinhos ou com ajuda de terceiros. Que podem nos amparar e direcionar, mas não vivê-los por nós. Somente nós é que sabemos o tamanho do estrago que carregamos em nossos corações e, consequentemente, somente nós é que os vivenciamos na íntegra. Ninguém vive a dor do outro e cada um de nós caminha pela existência terrena arrastando as mágoas e as alegrias singularmente.

A força está em nós e a nós cabe buscá-la no mais íntimo do nosso ser. Que não é só corpo. Somos espíritos infinitos em marcha constante na evolução universal.