‘ELES VÃO ELAS FICAM! ELES VÊM, ELAS FITAM’

Na beira da praia elas ficam sentadas olhando seus homens que se vão. Sentadas, apreensivas, angustiadas por dias e dias.

Não há previsão de retorno. Eles só poderão voltar quando o barco estiver estocado. Elas ficam em casa. Cuidam dos filhos e aguardam. Todos os dias olham os ventos, acompanham a lua, preocupam-se com o tempo, olhando o mar.

Até que um dia eles voltam. Elas conhecem o barulho do barco. Correm para a praia apreensivas. Eles vêm, elas fitam.

Acompanhando o barco um bando de gaivotas barulhentas, como se fossem moscas, sobre doces na padaria.

Tudo vira festa quando as crianças que também lá chegaram gritam por seus pais. E na beira da praia o barco atraca trazendo a pesca que agora é mais escassa, que agora os faz ficar mais dias no mar.

Aquela noite haverá festa na vila e uma festa reservada em cada lar. As mulheres querem seus maridos que ficaram tantos dias longe, porém antes eles têm que dar atenção aos filhos, também tão carentes.

Depois do jantar, todos mais calmos, novidades em dia é a hora esperada para que os casais matem a saudade do tempo que longe um do outro estiveram.

Mais uns dias e logo tudo recomeça: eles vão, elas ficam...

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04.03.13

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 04/03/2013
Código do texto: T4170909
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