QUANDO A PROPRIEDADE TEM MAIS VALOR QUE A VIDA?

Outro dia, em São Paulo, um cidadão cheio da grana, ficou apavorado para resguardar um relógio que vale R$ 170.000. Pelo valor altíssimo pode-se até entender o desejo de preservar um patrimônio, mas 170 mil por um relógio? Um relógio que tem como principal utilidade mostrar as horas? O meliante pelo modo de operar tinha uma 'encomenda' para esse tipo de 'relógio'. E nem teve trabalho de se ocultar na perseguição, no achaque diante de uma testemunha e, com a recusa do cidadão que valorizava tanto seu relógio, acabou tomando o relógio e, o dito cidadão perdeu também a vida. [Valeria, creio, uma reflexão: que tipo de pessoa 'encomendou' e 'pagou' pelo relógio? Deve ser também um 'cidadão cheio de grana', não é mesmo? Esse 'comércio' funciona porque tem demanda e quem são os 'clientes'? Esse tipo de 'cliente', não irá pagar uns trocados, não é mesmo?, e depois terá a ostentação como meio de se sentir feliz, não é verdade?]

Ontem, domingo, um casal atirou-se do quarto andar de um edifício de luxo no Rio de Janeiro. Nem os vizinhos, nem os bombeiros conseguiram abrir a porta do apartamento a tempo de salvá-los e por que? "Segundo os bombeiros, a porta blindada do apartamento --com quatro fechaduras --dificultou o acesso." [Parece que o casal, como tanta gente que gosta de ostentação, tinha uma preocupação maior em preservar o que tinha mais valor para eles: o patrimônio

Alguém poderia me dizer as horas, por favor? É que a hora marca o momento. E o momento só existe para quem ainda está vivo hoje.