Pensando um pouco no ofício de ser escritor!
Tenho a convicção de que acima de qualquer conhecimento poético, na realização de um poema, está a sinceridade nele contido, as palavras verdadeiras que dele brotam, vindas do fundo d´alma, e não o simples fato de valer-se das técnicas inerentes ao labor poético.
Certas vezes somos acometidos de súbita inspiração e os versos nascem como um mar agitado que leva as ondas ininterruptamente para várias direções e sem muito sabermos seu destino. Muitas vezes a Poesia é assim, aquela onda que pode nos tocar mais profundamente, pois se torna: irmã da surpresa. Todo poeta tem seu momento de graça, de luz, de desfiguração do real, de transfiguração do homem, de magia, de Deus comandando seus escritos, de ser apenas inspiração. Mente, penso eu, quem diz o contrário.
Creio eu, não existir o medo de errar o verso preciso ou métrico, o receio de ser demasiado romântico, de ser fantasia, de ser sonho para todo escritor que poetiza com a ALMA. Tenho para mim, a Poesia como um contato íntimo com Deus, já disse isto outras vezes. Ela é um apoderar-se de Deus sobre nossos pensamentos com suas mãos digitando, escrevendo por nós; nas telas, folhas, guardanapos, máquinas de escrever, etc.
Pessoal amigo! Sem temores do crítico literário: escrevamos nossos textos, nossos poemas, contos, crônicas, porém, acreditemos na beleza de sentimentos que deve existir em cada escrito que nascer de nossa alma. A escolha dos sentimentos que mereçam retratação, a busca de vocábulos adequados, a sensibilidade de percebermos que somos responsáveis pelas idéias que vamos transmitir ao leitor e acima de tudo, termos a compreensão que, se desnudar através da escrita é um ato de transformação pessoal, da redescoberta diária da nossa realidade como humanos e do nosso principal papel como escritores: artífices da busca de um mundo melhor, pleno de fé, mais amoroso e pacífico.
Tenho em mente que o papel do escritor não é o de julgar o outro responsável por um acontecimento triste em nossa Vida ou de culpar pessoas ao enxergar a realidade tão dura e violenta do nosso cotidiano; e sim, o papel do escritor é perguntar-se a si mesmo: qual a minha participação no que aconteceu e não gostei? O que fiz para evitar tal situação? No campo amoroso, na política, nas constantes cenas de violência noticiadas é muito comum escrevermos sobre estes temas acusando o(os) outro(s) pelo acontecimento indesejado e não refletirmos a nossa culpa no que não nos é de bom-grado. Não me agrada leituras deste tipo. Poesia, Literatura! Penso eu, é mais que um simples desabafo procurando culpados, é desnudamento, descoberta, transformação. Jamais a poesia pode ser um "muro de lamentações" pessoais.
Enfim, desejaria ver em todos nós que, ousamos escrever, a procura pela palavra sábia: palavra verdadeira, humana, transformadora, poética, amiga, sonhadora, pacífica, profunda, plena de AMOR que está esperando seu florescer dentro de nós. A palavra sábia, vinda do mais recôndito espaço d´alma, capaz de mudar o MUNDO porque é plena de sentimentos belos. (Mesmo os mais doridos momentos da Vida podem produzir belos versos, talvez sejam os momentos mais capazes de produzi-los. Acredito nisso). Penso eu, amigos, que nossos textos precisam tocar o mais recôndito espaço d´alma de cada ser, onde vibra a corda vocal: da melodia da bondade, do pacifismo, da transformação humana pela escrita que emociona, pois, ela é feita plena de Amor, com a leveza da pureza e da bondade e com nobres sentimentos, sentimentos aptos a transformar, o coração mais rude, em um coração capaz de entender que somente quando os corações forem Iluminados pelo AMOR construiremos e faremos do nosso Planeta um espaço de felicidade, humanismo, solidariedade e paz.