Segurança

Salto, vestido e batom. Colocou sua melhor roupa para curtir a noite.

Chegou agitada, a casa estava fervendo, dava pra ouvir de fora o movimento. Pessoas de todos os tipos e para todos gostos.

Com um belo par de pernas, ombros largos, altura mediana, espera na fila como todos os outros, afinal naquele ambiente é só mais uma.

Chega na porta, dos pés a cabeça é medida pelo leão de chácara, ele cresce os olhos.

Encara, fixamente, 10 segundos que mais parece uma eternidade.

- Não vai entrar hoje não dona.

- Por que não seu moço? Não tem como a gente dar um jeitinho? (desespero batendo)

- Casa cheia dona, cheia de várias como você. Agora raspa fora que já está atrasando meu lado, assim prejudica meu trampo e ainda por cima não quero ser grosso com mais uma gostosa (flerte).

A rua é suja, invisível à noite, só vemos apenas aquilo que queremos ver, ninguém merece confiança, porém, todos querem se dar bem.

Saiu. Melhor salto, melhor vestido e o melhor batom não ajudaram, agora seu caminho era a volta pra casa, sua cama, seu palácio.

Companhia das boas não faltaria.

Na cama, altas horas, acompanhada de chocolates e biscoitos, vinho doce e barato, de shortinho e blusinha, soltinha. Brisa que vem da janela, com calor, só conseguia pensar em uma coisa.

- Segurança filho da *%$#*...

Leonardo Laprano
Enviado por Leonardo Laprano em 03/03/2013
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